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Náutico precisa corrigir erros dos últimos jogos para recuperar a intensidade do início do ano

Técnico já disse que cogita a possibilidade de mexer no time para voltar a jogar bem

postado em 09/04/2016 16:00 / atualizado em 09/04/2016 15:10

Emanuel Leite Jr. /Especial para o Diario

Ricardo Fernandes/DP
O que está acontecendo com o Náutico? É a pergunta que muitos alvirrubros têm feito após os dois últimos jogos da equipe. Depois de começar o Campeonato Pernambucano muito bem - de uma forma até surpreendente, para uma equipe que tinha de reformular todo o meio de campo e parte do setor ofensivo - e de garantir a classificação para a semifinal com três rodadas de antecedência, a equipe alvirrubra esteve muito abaixo do rendimento demonstrado na temporada nos confrontos com Central e Vitória da Conquista. O empate em casa com os baianos, na última quinta-feira, além de ter sido seu pior jogo no ano, custou ao Náutico a eliminação na Copa do Brasil. Alguns aspectos táticos e técnicos podem responder à questão que a torcida tem levantado.

O sistema tático predileto do treinador Gilmar Dal Pozzo é o 4-2-3-1. Foi com este esquema que o Náutico se encaixou na reta final da Série B, ficando a dois pontos do acesso. E foi sob esta organização que o Timbu iniciou o Estadual voando baixo. Mesmo depois de perder Bergson, Dal Pozzo conseguiu encontrar uma alternativa para manter o time em alto rendimento, o que garantiu a classificação antecipada no Pernambucano.

Com o 4-2-3-1 o técnico pode, facilmente, mudar a ocupação de espaço em campo e, assim, alterar a disposição tática. Se adiantar os meias-extremos, passa a ter um 4-2-1-3, dando maior amplitude e profundidade ofensivas. Já se recuar os dois pontas na recomposição defensiva, passa a ter duas linhas de quatro na marcação, formando uma espécie de 4-4-1-1.

Nos dois últimos jogos, entretanto, o Náutico experimentou um novo time titular. A ideia era que Rafael Coelho emulasse a movimentação tática de Bergson. Futebol pressupõe ocupação de espaços, que se dá a partir da movimentação das peças no gramado. Com Rafael Coelho e Renan Oliveira em campo, contudo, essa movimentação ficou comprometida na partida contra o Central. Os dois, em diversos momentos, ocupavam o mesmo espaço em campo - superpovoando um local e desguarnecendo outro.

Para corrigir este defeito e precisando do triunfo contra o Vitória da Conquista, Dal Pozzo optou por adiantar Coelho e Rony. Deixou de lado o 4-2-3-1 e partiu para cima dos baianos em um 4-3-3. Ocuparia, em teoria, mais espaços próximo à área. Faltou, entretanto, a movimentação necessária tanto na ocupação do meio de campo - na transição ofensiva - quanto na recomposição defensiva - como se viu no gol do Bode, em que a equipe visitante trocou passes com enorme facilidade na intermediária alvirrubra.

Meio-campo reforçado
Ao fim do empate - com sabor de derrota, por conta da eliminação na Copa do Brasil - Dal Pozzo assumiu que poderá rever seus conceitos. Levantou a hipótese de tirar um atacante para ganhar mais uma peça no setor de meio de campo - área em que os jogos são ganhos no futebol moderno, os tais 30 metros de campo que são fundamentais na batalha territorial.

Não por coincidência, os melhores jogos do Náutico no ano foram a goleada por 5 a 0 sobre o América e o empate por 1 a 1 com o Santa Cruz. Nos dois confrontos, o Timbu venceu a batalha do meio de campo. Contra o Periquito, contou com Caíque preenchendo bem os espaços, principalmente pelo lado direito de campo. Já contra o Tricolor, foi Gil Mineiro quem reforçou o meio.

Para a partida contra o Salgueiro, Dal Pozzo pode contar com o retorno de Caíque, que vem treinando desde o sábado passado, ou o retorno de Esquerdinha à titularidade, que entrou bem contra o Vitória da Conquista, fez o gol do empate e deu maior mobilidade ao setor ofensivo. E como o técnico já admitiu tirar um atacante, o sacrificado seria Rafael Coelho, que ainda precisa encontrar a forma física ideal para encarar o nível de intensidade que o sistema tático alvirrubro demanda.