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Com Robinho e Luiz Henrique, Náutico quer padronizar venda de jogadores da base

De acordo com vice-presidente, Diógenes Braga, uma negociação em definitivo dos atletas servirá como referência para outras vendas futuras

postado em 05/09/2018 15:01 / atualizado em 05/09/2018 15:05

Peu Ricardo/DP
A temporada em que voltou a ser campeão pernambucano após 13 anos de jejum, mas que terminou sem o acesso à Série B, também foi marcada no Náutico pela grande utilização de jogadores pratas da casa. Nas quatro competições disputadas em 2018, ao todo 15 atletas formados no clube foram utilizados pelo menos uma vez na equipe profissional. Alguns com grande destaque, como o volante Luiz Henrique e o atacante Robinho, emprestados a Bahia e Goiás, respectivamente, com valor de 60% dos direitos econômicos já previamente estipulados em caso de uma futura venda. Uma estratégia traçada pela diretoria para valorizar o trabalho das categorias de base. 

De acordo com o vice-presidente alvirrubro, Diógenes Braga, uma possível negociação em definitivo desses atletas pode significar um marco para o clube. Isso porque, sem revelar valores (especula-se que gire em torno de R$ 3,5 milhões), o dirigente explicou que ambos servirão como referências para futuras vendas de atletas pratas da casa. O que o cartola chama de "ancoragem de preços".

"Tanto eu, quanto Edno (Melo, presidente) trabalhamos no ramo do comércio e se tem uma coisa que nós fazemos o tempo todo é negócio. E existe uma coisa chamada ancoragem de preço, que é você determinar um valor padrão. Faz muito tempo que no Náutico ou um jogador sair de graça ou por um valor muito baixo. Geralmente vinha sendo muito fácil tirar um atleta nosso. E quando a gente viu que os meninos tinham valor, acordamos que ou eles só saem em uma negociação vantajosa para o Náutico ou eles não saem. Mesmo que a gente esteja precisando de dinheiro", explicou.

Desta forma, o vice-presidente acredita que o Timbu poderá se recolocar no mercado nacional como clube formador de atletas. E com isso passar a ter seus atletas mais valorizados. "Essa primeira negociação vai ser uma ancoragem que a gente vai colocar para todos os meninos que irão ser revelados a partir de agora. Se a gente vender barato, qualquer menino que sair daqui para a frente vai ser barato. Por outro lado, se vendermos bem vendido, todo mundo que vier vai saber que precisará colocar a mão no bolso. Robinho e Luiz Henrique vêm tendo propostas de outros clubes há um bom tempo", revelou Diógenes.

"Nós estamos criando uma marca. Faz parte do mercado. Ninguém, por exemplo, vai no Vitória-BA e leva um menino por um preço barato", concluiu o dirigente timbu, citando outro clube nordestino tradicionalmente reconhecido como revelador de atletas.

Últimas vendas

Para se ter uma ideia, nos últimos oito anos, o Náutico conseguiu vender apenas quatro jogadores formados na base por valores acima de R$ 1 milhão. O campeão da lista é o lateral esquerdo Douglas Santos, negociado em 2013 com o Granada, da Espanha, por R$ 4,5 milhões. 

Já no ano passado, o Timbu negociou o atacante Erick (hoje no Vitória-BA) com o Braga, de Portugal, por R$ 2,8 milhões. Valor pago em duas vezes. O preço é quase o mesmo obtido com a venda do também atacante Anderson Lessa para o Cruzeiro (R$ 2,6 milhões), em 2010. Por fim, o meia Marcos Vinícius, também adquirido pela Raposa, em 2015, por R$ 1,9 milhão completa a lista.