COPA DO BRASIL

Após destaque no Central diante do Palmeiras, Moacir aconselha jogadores do Salgueiro

Carcará terá chance semelhante na Copa do Brasil diante do Flamengo

postado em 02/04/2015 14:33 / atualizado em 02/04/2015 14:34

Emanuel Leite Jr. /Especial para o Diario

Ricardo Fernandes/DP/D. A Press
O jogo da vida e a chance de ser visto por todo o país. Para um clube do interior, longe da elite do futebol nacional, enfrentar um grande do Brasil é uma ocasião única de ter sua marca exposta. Para os jogadores, naturalmente, torna-se uma vitrine. Foi assim com o Central em 2008, quando a Patativa enfrentou o Palmeiras pela Copa do Brasil. E há de ser o caso do Salgueiro. O Carcará vai enfrentar o Flamengo, treinado pelo mesmo Vanderlei Luxemburgo que encarou o Central. Oportunidade para os jogadores do Carcará. Quem explica é Moacir, que defendeu a Patativa contra o Verdão há sete anos.

Receber a visita de um dos maiores times do país, devido à raridade da ocasião, termina sendo um evento excepcional. Não apenas para o clube mandante, mas também para a cidade que abre suas portas para os ilutres visitantes. Fato tão relevante que muda o cotidiano do município. “A cidade muda. É o jogo que todo time do interior espera. Quinze dias antes da partida, Caruaru só falava do Palmeiras. No centro, na feira, aonde você fosse, só escutava o povo falar do jogo”, recorda Moacir.

A empolgação da população e da fiel torcida centralina, naturalmente, contagiou os atletas da Patativa. Não que fosse necessária qualquer motivação extra. Mas o clima na Capital do Agreste era de tamanha expectativa, que até mesmo os jogadores de deslumbraram com a situação. “Ninguém na cidade pensava mais no Campeonato Pernambucano. E, para nós jogadores, era algo surreal enfrentar um time da Série A. O Central brigando para disputar a Série C e a gente ia jogar contra o Palmeiras”, lembra o volante.

O Central perdeu por 5 a 1. Resultado injusto, diante do que aconteceu em campo, principalmente no primeiro tempo. Moacir, entretanto, foi muito bem. Conseguiu se destacar na árdua função de marcar jogadores do nível de Diego Souza, Valdívia, Denílson e Kleber. “A gente sabia que a dificuldade seria imensa. Mas, como a expectativa era imensa, isso até passou despercebido. Acho que pelo excesso de vontade da gente”, pondera. Ânsia tão abundante que terminou se refletindo no placar. “Nossa equipe foi muita afoita e foi muito para frente”, admite.

Hélder Tavares/DP/D.A. Press
Elogios
A atuação individual de Moacir no jogo Central 1 x 5 Palmeiras foi elogiada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Ele, naturalmente, recorda com satisfação. “Fiquei muito feliz por receber elogios de um treinador tão respeitado como Luxemburgo, um dos melhores do país”, disse. A admiração de Luxemburgo, inclusive, foi além. O pernambucano quase se transferiu para o Palmeiras. “Houve uma sondagem de um agente da Traffic. Mas, o clube pediu uma quantia que terminou não havendo acordo”, rememora.

Na torcida
Moacir já passou pela experiência que os colegas do Salgueiro vão passar - a data do jogo ainda não foi definida. Mesmo sabendo que o Carcará tem um elenco experiente, o lateral-volante não deixou de mandar sua mensagem para o time sertanejo. “Força e tranquilidade”, recomenda. Declarando ser “torcedor incondicional de Pernambuco”, o atleta diz que está “muito feliz” pelo momento do clube sertanejo e que vai “torcer muito para que tenham sucesso e consigam levar a decisão para o Maracanã. Quem sabe até eliminar o Flamengo.”



Depois do susto, a volta
O ano de 2014 foi conturbado para Moacir. No meio da temporada, o atleta ia ser emprestado ao Figueirense. Porém, ao fazer os exames médicos protocolares, descobriu um problema cardíaco, que o deixou fora de ação por meses. “A princípio foi complicado. Nos primeiros dias, não sabiam o que era. Depois de três dias, disseram que era miocardia viral. Até saber disso, fiquei apreensivo, com medo de não poder jogar mais”, conta. Felizmente, a doença não era tão grave. O jogador precisou apenas de repouso, sequer teve que tomar remédio. “Pior foi não poder treinar”, diz.

Recuperado, ao fim de seis meses de tratamento, Moacir chegou a ser especulado no Santa Cruz. “Não chegou a haver negociação. Houve muita especulação, pela necessidade que o time tinha de um lateral. Mas só teve mesmo conversas entre Tininho (Constantino Júnior, vice-presidente do Santa) e meu advogado, nada mais do que isso”, fala.

Moacir acredita que talvez sua condição deixou o tricolor receoso. “Outros clubes deixaram de me contratar por receio”, afirmou ele , que atualmente defende o Boa Esporte, de Minas Gerais. Bem fisicamente, o recifense celebra o momento atual como quem dá os primeiros passos novamente. “Estou indo para o meu quinto jogo. O primeiro jogo foi difícil, pelo tempo parado. Mas fui melhorando e tenho ajudado muito a cada partida. Espero poder ajudar muito mais”, encerrou.