Torcedor símbolo "muda de nome" e engrossa família de 18 irmãos apaixonados pelo Salgueiro

SALGUEIRO - Nascido e criado na cidade de Salgueiro, o coração do pintor aposentado Francisco Gomes era vago até 2005 em termos de futebol. Time? Garante que não torcida por nenhum. Apenas pela "seleção brasileira". Mas com a profissionalização do clube da cidade, Francisco ganhou não só uma nova paixão, mas também um novo nome. Passou a ser conhecido nas ruas da cidade como Tarciso da Buzina. Fama que acompanhou o crescimento do Carcará, a cada jogo no Cornélio de Barros. Tarciso da Buzina espera um jogo complicado contra o Santa Cruz , que esta noite faz história ao decidir pela primeira vez o Campeonato Pernambucano.

Mas porque Franscico virou Tarciso? A explicação vem de uma "disputa" entre os pais. "Minha mãe queria que eu me chamasse Francisco e meu pai queria colocar Tarciso. Então fui registrado como Francisco, mas as pessoas só me chamam de Tarciso", explicou o torcedor. Explicar o "sobrenome" que ganhou nos jogos do Salgueiro é mais fácil. A cada buzinada atrás do banco de reservas do técnico adversário nos jogos do Carcará, no Cornélio de Barros.

Por sinal, a família de Tarciso também colaborou com o crescimento dos torcedores do Salgueiro. Isso porque ele tem nada menos do que 18 irmãos (três já falecidos). Todos, garante, também aficcionados pelo time da cidade.

"Ninguém gostava muito de futebol. As vezes torcíamos para Náutico, Sport ou Santa Cruz quando enfrentavam equipes de outros estados. Mas não era nada muito sério. Tenho um irmão que tem 12 filhos e 38 netos. Outro irmão que tem 11 filhos, outro que tem oito, outro seis. Todo mundo torce pelo Salgueiro e tirando os pequenininhos, todos estarão na final contra o Santa", garante Tarciso, bem mais econômico com relação aos herdeiros. "Tenho apenas três filhos e uma neta. Só não tive mais porque a mulher não quis", brinca.

Para a decisão histórica, Tarciso da Buzina espera um jogo complicado. Da mesma forma que garante não deixar o técnico Ricardinho em paz. Por sinal, o título inédito do seu time do coração seria o melhor presente antecipado de aniversário que o torcedor poderia receber. "Faço 50 anos no dia 24 de abril e esse título seria maravilhoso. A cidade está toda pensando nessas finais. Não consigo dormir direito de ansiedade", diz. "O Carcará ainda tem apenas 10 anos. É um filhote. Mas já está voando alto. E pode voar mais ainda", encerra o dono da buzina no Cornélio.