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Corpo e alma sem limites

"A ausência do pai é uma realidade"

Psicóloga que trabalha há mais 35 anos com deficientes, diz: as mães que frequentam a ONG Centro Regional de Ensino de Reabilitação são maioria absoluta

Daniel Leal - Diario de Pernambuco

Publicação:

20/10/2013 15:26

 

Atualização:

20/10/2013 16:35

O abandono familiar é um traço comum em relatos escutados durante essa reportagem. Não é possível relacionar com o fato deles possuírem deficiências desde o nascimento. Alguns estudos em andamento da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead) e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança do Adolescente estão analisando essa incidência, mas ainda não há uma conclusão. Empiricamente, porém, com base nos 35 anos de experiência atendendo deficientes, a psicóloga Glilma Freitas diz que o abandono, em especial do pai, é uma realidade para crianças com deficiência.

Glilma diz que ausência dos pais pode ser igual para pessoas deficientes ou não  (Glilma diz que ausência dos pais pode ser igual para pessoas deficientes ou não (Bruna Monteiro DP/D.A Press))
Glilma diz que ausência dos pais pode ser igual para pessoas deficientes ou não
Um traço comum nas histórias de alguns paratletas entrevistados é o abandono do pai. Pela sua experiência, é possível estabelecer uma relação entre a deficiência e o abandono paterno?
O que eu posso dizer é que a ausência da figura paterna é muito forte. Na nossa ONG (Centro Regional de Ensino de Reabilitação) temos vários casos de abandonos do lar cuja motivação foi a deficiência dessas crianças. Cerca de 90% das mães as levam na escola e assumem as atividades do dia a dia. Mas não se pode dizer que o pai abandonou a criança só porque a mãe está presente em reuniões e atividades diárias, e ele não. Mas essa ausência do pai, infelizmente, é uma realidade.

É possível mensurar os efeitos desse abandono?

O abandono é uma perda de referência muito forte para qualquer pessoa. Agora, eles (os deficientes) sofrem mais quando têm uma deficiência mental. Têm maior dificuldade de compreender o que está acontecendo ao seu redor. Como os pais são as maiores referências, sofrem mais. Outros, porém, talvez nem tenham a noção de abandono em alguns casos.

O tratamento diferenciado dos pais aos filhos com deficiência é prejudicial?
A família que vê o filho deficiente diminuindo o olhar sobre as suas capacidades e que procura maximizar as coisas como se ele não pudesse fazê-las, acaba prejudicando o desenvolvimento da criança. O deficiente se sente, então, muito mais incapaz. Quando a família trata o filho dizendo que ele “não pode isso, não pode aquilo”, protegendo demais, a dificuldade se torna maior que o normal. A família que dá castigo, que dá palmada em uma criança deficiente que faz coisa errada tem muito mais chances de fazer um cidadão de sucesso do que aquela que tratam os deficientes como “coitadinhos”.

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