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Refeno 2012

O mar como endereço

Capitão mais novo na Refeno 2012, médico baiano Leonardo Barbalho mora em seu barco

Daniel Leal - Diario de Pernambuco

Publicação:

10/10/2012 09:12

 

Atualização:

10/10/2012 12:51

 (BRUNA SERUR/ESP.DP/D.A PRESS)
As coisas na vida de Leonardo Barbalho sempre aconteceram de maneira “antecipada”. Ele mesmo se autointitula como precoce. Aos 17 anos, passou no vestibular de medicina. Aos 23, formou-se doutor pela Universidade Federal da Bahia. A saída de Vitória da Conquista, onde nasceu, para viver na capital baiana após passar no vestibular, o fez conviver com o mar e se apaixonar. “Nasci em um lugar seco e frio. Minha vida hoje passa pela água salgada e o calor”, salienta. Dividiu os estudos com a vela. Faz questão de dizer que um dos amores da sua vida é o timão do barco. Aos 30 anos, Leonardo é o capitão mais novo a participar da 24ª edição da Regata Recife-Fernando de Noronha, com partida marcada para o próximo sábado.

Leonardo levou o jeito do mar para o consultório. A primeira impressão assusta os pacientes: ele atende de sandália nos pés, bermuda e bata branca. Clínico geral, o velejador baiano, de fala mansa e gestos lentos, faz jus às brincadeiras que descrevem o jeito de ser dos baianos. Ele mora a bordo do seu monocasco há três anos, com a esposa, na cidade de Camamu, litoral sul da Bahia. Escolheu a cidade porque lá ele tem a liberdade de viver no clima praieiro. “Depois que me formei, peguei meu Snipe (tipo de embarcação) e fui pedindo emprego de Salvador até Camamu, onde consegui trabalhar. Quando cheguei lá de bermuda e havaiana, o diretor olhou para mim, estranhou e disse: ‘Me conte a sua história, rapaz’. Acabei ficando com o emprego”, relembrou Leonardo.

Após quatro anos, deixou a cidade e agora irá trabalhar no interior do Rio Grande do Norte. “Gosto de ir trabalhar onde nenhum médico gosta, que é nas cidades pequenas”, justifica. Com uma filha recém-nascida de 5 meses, a mulher do médico está morando com a mãe. Enquanto isso, o quarto da bebê já está pronto, com os mimos que um reduto infantil merece. “Quero ver ela crescendo aqui, comigo. É um sonho”, revela, emendando na ânsia em ter a sua família reunida de volta o quanto antes. “Não vejo a hora de ver todo mundo junto aqui. É muito bom morar em um barco. Espero que dê tudo certo”, disse, afirmando estar nos planos levar a família para uma futura volta ao mundo.

Respeito


Apesar de ser médico, Leonardo trabalha “à vontade”. É quase um pré-requisito para que ele aceite o emprego. Tal fato o faz normalmente despertar um preconceito nas pessoas pelo seu modo de vestir. “Quando as pessoas me veem simples assim, inicialmente, ficam receosas. Mas quando notam meu conhecimento, quando precisam de uma cirurgia, principalmente, passam a admirar em dobro: pela humildade, simplicidade… E tudo o que poderia ser negativo, acaba se tornando uma virtude ainda maior em mim”, se autoelogia, afirmando que nunca precisou socorrer casos mais graves em regatas.

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