Santa Cruz

Cofre do Santa Cruz está ficando cheio

Clube coral já arrecadou R$ 6,5 milhões até agora e começa a respirar financeiramente

postado em 17/05/2011 09:11 / atualizado em 17/05/2011 12:51

Redação Superesportes /Diario de Pernambuco

Uma nova realidade foi estabelecida no Santa Cruz. A reconquista do título pernambucano em um Arruda lotado foi, sim, um marco zero no clube coral, de maneira positiva. Após cinco anos apenas descendo, em uma crise financeira sem fim, o Tricolor começa a ter um equilíbrio de gestão. Se no biênio presidido por Fernando Bezerra Coelho o trabalho visou zerar as contas do clube, apesar do passivo de R$ 65 milhões com dívidas de longo prazo, agora, sob o comando de Antônio Luiz Neto, o Santa Cruz inicia a temporada no azul. Sim, a conta corrente do clube não está negativa.

Com uma força impressionante de sua torcida, que registrou os três maiores públicos do país em 2011 e a visibilidade de um gigante, mesmo em situação precária, o Santa arrecadou quase R$ 6,5 milhões nesta temporada. O valor já inclui a venda do atacante Gilberto, a primeira negociação tricolor a ultrapassar a marca de R$ 1 milhão desde a venda de Carlinhos Bala ao Cruzeiro, em 2006.

As despesas existem e são enormes, diga-se. Não é fácil manter um colosso do tamanho do Arruda em atividade. O Superesportes teve acesso a alguns dados da saúde financeira do clube e, já levando em consideração todo o mês de maio, o clube deverá encerrar o mês com um saldo de R$ 1,23 milhão. É uma receita impressionante, ainda mais para quem se encontra na 4ª divisão do Campeonato Brasileiro. Certamente, o clube de maior torcida na Série D. Quase sem televisionamento e investidores, o último degrau da casta do futebol nacional começará apenas no dia 16 de julho, em uma rápida competição com 16 datas, até 13 de novembro.

Após falhar duas vezes na luta pelo acesso, o Tricolor terá a enorme missão de tentar manter a base do elenco campeão pernambucano. A receita para segurar dois meses sem nenhuma atividade profissional - apenas amistosos - será vital para a montagem de um grupo de qualidade, além do “crédito na praça”, com a confiança do mercado.

De acordo com o vice-presidente executivo e diretor administrativo e financeiro do Santa, Joaquim Bezerra, a expectativa é recalcular as bases de contratos de patrocínios, já levando em conta o novo status de campeão. “Vamos ficar 60 dias sem jogar, vivendo em cima dos patrocínios. Com uma conquista dessa, as coisas tendem a melhorar. Na Série D, sabemos que os nosso públicos serão enormes”, disse o dirigente.

De fato, a massa tricolor gerou R$ 3,6 milhões de renda líquida apenas com o borderô. Bezerra se queixou apenas da receita com os sócios. Apesar do valor de R$ 600 mil, Bezerra diz que o dado oscila bastante, pois o torcedor só costuma pagar as mensalidades em períodos com mais jogos. “Em abril, quando jogamos uma vez no Arruda, a arrecadação foi R$ 30 mil. Em março foi R$ 200 mil”.

Uma nova campanha de sócios já está agendada para ser lançada dentro de 30 dias, em parceria com a Traffic. Vale lembrar que a receita líquida só não foi maior por causa do acordo com a Justiça do Trabalho, que recolhe 20% da renda do clube para pagamento de dívidas. Nesse ponto, o clube deu R$ 1,29 milhão. De qualquer forma, para quem estava sempre de pires na mão, o Santa volta a ter a chance de trabalhar com cifras de grande porte. Se bom futebol gera renda, uma boa receita gera resultados.

Receita / 2011

Janeiro/Maio

Receitas
R$ 3.644.154 - Renda das partidas   
R$ 1.000.000 - Venda de Gilberto   
R$ 1.000.000 - Cota de TV   
R$ 1.000.000 - Prêmios (Estadual e Copa do Brasil)   
R$    620.000 - Patrocínios   
R$    600.000 - Sócios (9.500 em dia)   

Despesas
R$ 1.500.000 - Salários   
R$ 1.500.000 - Bichos e premiações do título   
R$ 1.296.830 - Justiça do Trabalho (20%)    

R$ 1.237.324 - Lucro   

* Sem considerar a venda de produtos licenciados e receita com os bares nos jogos.