Em primeira entrevista no Santa Cruz, Raniel comemora fase, mas evita falar sobre doping

Raniel chegou no Santa Cruz quando tinha apenas 5 anos. Desde lá, o talento mostrado nas escolinhas de futsal do Arruda já chamavam atenção. Não demorou muito para o menino nascido em Chão de Estrelas ir para os gramados. Aos 13, ganhou espaço no infantil. Passou pelo juvenis e juniores até chegar aos profissional, no ano passado. Sob o comando de Ricardinho, virou titular nos dois últimos jogos do estadual. Celebra o momento na carreira. Por outro lado, vive um tormento. Para poder jogar, está amparado apenas por um recurso na Justiça após ter sido pego em exame antidoping, ainda em 2014, devido ao uso de drogas. A qualquer momento pode, portanto, desfalcar a equipe e ter a sua trajetória no futebol interrompida.

Em dezembro de 2014, o meia de 18 anos havia pego gancho de um ano no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJD-PE) por uso de substância ilícita. Só jogou a Copa São Paulo de Juniores, em janeiro, graças a um efeito suspensivo. Para atuar no Pernambucano, o Santa Cruz ganhou outro recurso instância estadual, mas que logo acabou sendo suspenso. Só às vésperas da terceira rodada da competição é que o clube conseguiu mais um efeito suspensivo, na iminência de ser revogado pela Justiça a qualquer hora.

As incertezas não param por ai. Quando Raniel for finalmente julgado, pode, de quebra, pegar ainda um ano de suspensão. O jogador se diz incomodado com tanta interrogações na sua vida. Justamente quando começar a trilhar a sua trajetória no futebol. "Fico tenso, com bastante medo. De repente, posso não ter o direito de jogar”, disse. “Mas sabia que teria que pagar pelo meu erro alguma hora", ponderou. Sobre esse “erro”, o meia, inclusive, não gosta nem de se prolongar. Depois de ter sido preservado pelo clube depois do episódio do doping, enfim, deu a sua primeira entrevista coletiva. Preferiu não responder nenhuma pergunta relacionada ao uso de drogas, um fantasma que ainda o atormenta. “Não quero falar”, limitou-se.

Por outro lado, Raniel celebra a fase em campo. "Está sendo muito bom ter essa oportunidade. Espero que o professor (Ricardinho) continue me dando chance para eu ajudar a equipe", disse. Sem costume com o ostracismo, já diz que sente nas ruas o preço dos holofotes. "Mudou muita coisa desde quando eu comecei a jogar. O pessoal me reconhece. Era um sonho estar jogando. Espero crescer muito e me firmar no profissional.”

Críticas
Um dos pontos mais criticados de Raniel (e que Ricardinho já chegou a alertar) é pelo fato de o meia prender muito a bola. O técnico coral já disse que a falha é normal para a idade. O meia, por sua vez, entende as críticas e espera melhorar o fundamento. "Concordo que não solto muito a bola. Prendo demais. Meu estilo é de pegar a bola e partir para cima, mas vou procurar escutar os mais velhos."

Raniel no Santa Cruz

9
Jogos

4
Como titular

394
Minutos em campo