Santa Cruz

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Clássico como final, salários atrasados e 2018: Constantino Júnior avalia futebol do Santa

Gestor acredita que duelo contra Náutico será o divisor definitivo para futuro

postado em 31/10/2017 14:32 / atualizado em 31/10/2017 15:38

Ricardo Fernandes/DP
O vice-presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, vive dias de ansiedade e incerteza sobre o futuro do clube. A seis jogos do fim da Série B, o clube vê a possibilidade de rebaixamento crescer. O diretor, com isso, aposta todas as fichas no clássico contra o Náutico, no próximo sábado, no Arruda, para que o time tenha uma arrancada e consiga reverter a distância de seis pontos para o CRB - primeira equipe fora da zona de queda. 

Ainda avaliando o momento coral e projeções para 2018, o gestor abordou questões como salários atrasados, busca por recursos e futuro do futebol sendo atrapalhado pela indefinição para o próximo ano que ainda conta com eleições. Confira abaixo a entrevista completa.

O clássico é visto como divisor definitivo para o futuro das duas equipes. Com o Santa Cruz encara essa partida?

Encarando dessa forma. A gente teve oportunidade de ganhar o último jogo dentro de casa e fazer os três pontos, mas ficamos num empate. Isso aumentou ainda mais a obrigação para o clássico por causa da nossa pontuação e condição de tabela. Então, passa a dar uma importância bem maior ao clássico. Estamos encarando dessa forma como uma final e a preparação, o foco total dos jogadores é nessa partida. Esperamos ter um resultado positivo e que a gente consiga prosseguir essa luta para fugir do Z4.

Como está a relação do grupo com a diretoria e a questão dos salários atrasados?

O grupo fechou. Não adianta a diretoria prometer o que não vai ser cumprido. A gente, como diretor de futebol, está focando no campo. Então, são situações que têm que ser passadas para uma parte administrativa, por uma questão que já vem de outro setor. A gente não vai fazer uma falsa promessa porque vai ser cobrado por isso. 

Então, existe um entendimento, um pacto, entre direção, jogadores e comissão técnica para não existir promessa que não seja cumprida. Da parte da direção de futebol, não vai existir isso. O que precisa ter é a efetividade dos pagamentos para que possa dar tranquilidade ao elenco. Isso mostra o nível de maturidade e a forma séria com que esse grupo está encarando essa Série B. Os resultados não estão acontecendo, mas sempre tem luta, entrega, disposição dos atletas.

Até que ponto a indefinição sobre o futuro do Santa Cruz e a eleição dificultam o planejamento para 2018?

Atrapalha. Com a condição de Série B, você sabe que vai ter uma cota de televisão garantida. Claro que, no nosso caso, acaba sendo bloqueado. Mas o nível de competição e patamar dos atletas é diferente. Inclusive, a folha salarial tem que ser baseada de acordo com a divisão que você vai ficar. 

É claro que tem um pleito e não são muito os jogadores que permanecem porque o Santa Cruz faz o contrato de um ano, geralmente. É claro que alguns podem renovar, mas tem essa dificuldade de não fazer contratos longos. Mas essa questão de não saber a divisão e ter pleito já aconteceu em outras épocas. O que importa agora é manter todo o foco em manter o Santa Cruz na Série B. Vamos jogar todas as cartas nisso para que, independente de quem assuma o clube, assuma em uma condição melhor. 

O dinheiro que está preso na justiça é o suficiente para quitar as dívidas com elenco? Ou é preciso recorrer para outras fontes?

Creio que de outras fontes também. O Santa Cruz tem uma dificuldade este ano por conta de receitas. Tiveram jogos deficitários, diminuiu o número de sócios e o patrocínio não é o mesmo que teve do ano passada. Acaba que tem que fazer uma engenharia financeira para conseguir pagar. Mas é claro que acreditamos na habilidade do nosso departamento jurídico e na sapiência do presidente Alírio Moraes. Mesmo em uma situação difícil, em 2015, a gente conseguiu angariar os recursos. Espero que, mesmo nessa condição, a gente consiga mudar um pouco o cenário e passar a falar de futebol.