Santa Cruz

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Em meio a recuperação, Tiago Cardoso desabafa: "É muito ruim estar parado. É triste"

Em matéria publicada domingo na versão impressa do Diario, goleiro quebra o silêncio

postado em 01/06/2015 14:57 / atualizado em 01/06/2015 20:00

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Joao Velozo/ Esp. DP/ D. A Press
Protagonista de milagres no Santa Cruz. Referência do time no último tri estadual e no processo de volta à Série B. Eleito por torcedores, dirigentes e jornalistas como o maior goleiro de todos os tempos do clube (numa votação publicada pelo Diario de Pernambuco, no ano passado - em caderno especial do centenário coral). O tempo de glórias de Tiago Cardoso, porém, se contrasta agora com a atual fase dele. O ídolo passa pelo pior dos seus quatro anos no Tricolor. Sem jogar devido a lesões, completou exatamente 190 dias parado no último domingo. Aguarda um retorno aos gramados. Um dia que parece que nunca vai chegar.

Cardoso rompeu parcialmente o ligamento posterior do joelho direito ainda em 22 de novembro de 2014 - quando atuou pela última vez, na penúltima rodada da Série B. Livrou-se da cirurgia, mas desde lá o departamento médico do clube tornou-se a sua segunda casa. As sessões de fisio e hidroterapia viraram parte do seu dia a dia. O atleta, enfim, voltou a integrar o grupo, em abril. Exatamente um mês depois, uma nova contusão o afligiu. Desta vez, na panturrilha direita. Começou um novo tratamento. Reiniciou a estafante rotina.

O Santa estima que o prazo para liberar o goleiro seja daqui a duas semanas. O tempo para ele se recondicionar fisicamente, ganhar ritmo de jogo, confiança e retomar a titularidade ainda é incerto. Pode demorar. “É muito ruim estar parado. É triste. Meio complicado. Ser impedido de trabalhar é a pior coisa que pode acontecer a um atleta. Você deixa de fazer as coisas que mais gosta na vida. Deixa de contribuir com o grupo”, afirma o goleiro de 31 anos.

Mas Tiago é incansável. Não se desespera. Já viveu uma situação até pior quando defendia uma Monte Azul-SP, em 2010 - justmente antes de ser contratado pelo Tricolor, no ano seguinte. De dezenas de jogadores que passaram no clube desde quando chegou, sempre foi marcado por ser o mais obcecado pelo trabalho. Hoje, não é diferente. Frequenta o Arruda duas vezes por dia para curar-se logo da lesão. Apega-se ainda à religião. Perfeccionista, vincula a mania de perfeição à filosofia protestante que abraçou. “Me resta trabalhar. Não posso parar jamais. Faço a minha parte e entrego o resto nas mãos de Deus.”

Arte/DP