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Caça-Rato vira fenômeno na mídia nacional sem perder a irreverência

Depois do acesso, jogador do Santa Cruz foi procurado para dar muitas entrevistas para fora do estado

postado em 06/11/2013 08:31 / atualizado em 06/11/2013 08:54

João de Andrade Neto /Esportes

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Entrar para a história de um clube quase centenário como o Santa Cruz não é para qualquer um. Conseguir isso sem ser titular é missão quase impossível. Aos 27 anos, Flávio Caça-Rato conseguiu. Se já era ídolo, muito pelo seu lado folclórico, no último domingo ele entrou de vez na galeria dos heróis tricolores ao marcar o gol do acesso à Série B. Chegou a hora de colher os louros da conquista. Até ontem, talvez nenhum outro jogador do Brasil tenha sido mais procurado que o CR7 do Arruda. Por torcedores e imprensa. Foram dezenas de entrevistas. Para sites, jornais, rádios e televisões de todo o País. Um fenômeno.

Apesar de todo o assédio, o jogador procurou manter a simplicidade. Na última terça-feira, se reapresentou com o restante do elenco tricolor e participou do trabalho com bola para os atletas que não participaram de toda a partida contra o Betim (os titulares fizeram um treino regenerativo). Mas não deixou de lado o seu lado extrovertido, responsável em boa parte pela idolatria. Na coletiva de imprensa, falou sobre quase tudo. Da semifinal contra a Luverdense à campanha dos torcedores pela sua convocação para a seleção. Mas também falou sério. Principalmente quando lembrou o começo da carreira e de quando foi baleado em uma festa, perto de casa, na Campina do Barreto, em 2010.

“Quando você tenta alcançar coisas melhores na vida, tem gente que não quer deixar. Tentaram roubar minha corrente, um amigo veio me defender, houve uma discussão e levei dois tiros. Um na perna e outro nas costas. Fiquei quase dois meses sem jogar. Mas Deus é tão bom e sabe o que faz. Senão não estaria aqui para contar o que aconteceu”, disse. “Onde eu cresci tinha muita influência negativa, mas eu tinha um sonho que era ser jogador de futebol. Por você ser daqui é bastante cobrado. Se joga mal uma partida já não presta. Os de fora são sempre mais valorizados.”

Seleção
Mas após dois anos e meio de Santa Cruz, com dois acessos e três títulos estaduais, o atacante comemora o melhor momento na carreira. E feliz da vida, Flávio mostra o seu lado mais Caça-Rato. “Todo jogador sonha em chegar na seleção. Comigo não é diferente. Fico feliz com essa campanha, mas sei que tem outros jogadores mais qualificados na minha frente. Mas vai que Felipão dá uma de doido e leva o Caça-Rato”, brincou. “Tenho o sonho de jogar no Barcelona, no Real Madrid. Mas qualquer outro clube grande estamos aí.”