Santa Cruz

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Novo coordenador da base do Santa Cruz visa aproximação com profissional, mas com ressalvas

De volta ao Arruda, Alexandre Julião reconheceu prejuízo com falta de um centro de treinamento construído e afirmou que não espera integração tática com profissionais

postado em 15/02/2016 17:22 / atualizado em 15/02/2016 20:48

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Yuri de Lira/DP
Uma das queixas do técnico Marcelo Martelotte no Santa Cruz sempre foi a falta de aproximação das categorias inferiores do clube com o time profissional. Apresentado nesta segunda-feira como novo coordenador da base, Alexandre Julião visa estreitar esta relação. Pondera, no entanto, sobre a ideia de copiar o modelo tático da equipe principal nos trabalhos com os pratas da casa, apesar de a metologia ser bastante utilizada na Europa e tida como vanguardista no futebol.

Julião acredita que tal sistema é difícil de ser implementado no país. “Tenho uma visão diferente de algumas pessoas sobre isso. Aqui (no Brasil) se muda constantemente de treinador e, então, a forma do time jogar. Se Martelotte não tivesse continuado neste ano, a base teria que mudar a sua maneira de jogar. A nossa ideia de formação de atletas não é engessar o jogador", comentou.

Não hesita em afirmar, por outro lado, que as categorias de base estarão mais próximas dos profissionais em sua gestão. “Martelotte está muito aberto e vamos ter conversas com ele. Essa divisão já acabou. A gente sabe que o Santa Cruz vai funcionar quando for um clube só dentro do futebol. A gente tem certeza que esse entrosamento vai ter, até trazendo os nossos atletas para visitar os vestiários para que eles já se acostumem com a rotina dos profissionais”, disse Julião.

As ações com os pratas da casa, promete o coordenador, não vão parar por ai. Os atletas das categorias inferiores terão aula de português, de língua estrangeira, de tática e noções de fisiologia e até de trato com a imprensa. Ainda de acordo com Julião, as estruturas dos alojamentos do Arruda também serão melhoradas.

O profissional retorna ao Arruda, onde trabalhou em 1993, quando Martelotte, inclusive, era goleiro do time profissional. Aos 50 anos, sendo 32 prestados ao futebol, Julião também já foi técnico da seleção portuguesa de Beach Soccer e do sub-17 e sub-20 de Moçambique.

Falta de um CT
Um dos problemas que Alexandre Julião vai ter que lidar é a falta de CT, algo condenável nos dias atuais para os trabalhos na base. Ele reconhece isso e aguarda uma resolução. “É trabalhar com a realidade do Santa Cruz. Quem vem trabalhar na base dessa disso e não pode ficar reclamando.” O vice-presidente coral, Constantino Júnior, não estipula prazo para a construção. Mas segue otimista num desfecho positivo ainda em breve. “Me cobro, me culpo. É lamentável, mas é fato que estamos evoluindo. Dentro de muito pouco tempo, vamos tirá-lo do papel.”