Santa Cruz

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Filho de Tiago Cardoso, Tiaguinho nasceu Santa Cruz e simboliza uma geração coral vencedora

Goleiro e filho, que já nasceu tricolor, simbolizam a nova força coral ressurgida nos últimos anos que dá a nova geração uma rotina de títulos ao Tricolor

postado em 09/05/2016 08:33 / atualizado em 09/05/2016 15:24

Ana Paula Santos /Diario de Pernambuco

Karina Morais/ Esp.DP
Sim, houve um gol na partida de volta da final do Pernambucano, na Ilha do Retiro. Aos 26 minutos do segundo tempo. Um lance na área de ataque do Sport. Bola cruzada. O zagueiro Henriquez toca de cabeça. A bola tem destino certo. As redes do Santa. Gol do Sport. Mas não. No meio do caminho, quando a bola estava quase sobre a linha, apareceu a mão do camisa 1 do Santa Cruz. A defesa espetacular que garantiu o 0 a 0, o título. O gol tricolor. O gol de Tiago Cardoso.

Poucos são os jogadores que conseguem transformar o discurso padrão de “quero entrar para a história do clube” em realidade. Tiago Cardoso é um deles. Desde que chegou ao Santa Cruz em 2011, sem badalação, o goleiro trilhou um caminho vitorioso, pavimentado com muitos títulos. Hoje, acumula uma impressionante média de uma taça levantada por ano, que o faz se aproximar dos maiores mitos da história do clube.

Neste domingo, no dia em que completou 32 anos, Tiago Cardoso conquistou seu sexto título com a camisa do Santa Cruz. Poderia ser o sétimo, mas uma lesão no joelho o impediu de fazer parte do time campeão pernambucano de 2015 - ele sequer ficou no banco de reservas em algum jogo. O que não diminui a importância do feito do goleiro, eleito para a seleção do centenário do Santa Cruz, em 2014, por tricolores ilustres. Agora, são quatro estaduais (2011, 2012, 2013 e 2016), um Brasileiro da Série C (2013) e a recente Copa do Nordeste (2016).

Tiago Cardoso já tem números que lhe garantem um lugar de destaque na história do Santa Cruz. Mas há espaço para mais. A ponto de ele ameaçar, numericamente, o posto do jogador com mais títulos da história do clube: Givanildo Oliveira, dono de oito campeonatos pernambucanos (1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1976, 1978 e 1979 - todos como atleta). Mais duas conquistas e o goleiro, que tem contrato até o fim de 2017, se iguala ao ex-volante.

Sempre decisivo, Tiago parece crescer ainda mais quando o adversário é o Sport. No primeiro jogo entre as equipes, na última quarta-feira, fez pelo menos três defesas difíceis. Ontem, além do “gol” marcado, contou com a sorte que acompanha todo grande goleiro. Aos 37, a finalização de Durval bateu na trave. Parece ser a sina de Tiago. Parece ser a sina do Sport.
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Sempre titular

Tiago Cardoso já desfalcou o Santa Cruz em algumas oportunidades. A última delas entre a reta final da Série B de 2014 e o Campeonato Pernambucano de 2015, no qual sequer entrou em campo. Em todo o período desde que estreou com a camisa Tricolor, entretanto, um dado curioso é que o camisa 1 coral jamais ficou no banco de reservas na equipe coral. Sempre que teve condições de atuar, entrou como titular. A sua volta ao time durante a Série B do ano passado, aliás, foi um dos motivos que fez a equipe melhorar e arrancar rumo ao acesso à Série A. Uma competição que o goleiro já experimentou. Integrava o elenco do Atlético-PR campeão de 2001. Vai, agora, disputar pela primeira vez com a camisa do Santa Cruz.

Poucos são os torcedores que têm o privilégio de ter uma convivência próxima com o seu ídolo, o craque do time do coração. Tiago Ribeiro dos Santos é um deles. Quando chegou ao Recife, em 2011, é bem verdade, ele nem imaginava que seria assim. Circunstâncias da vida, da pouca idade. Cresceu e hoje, aos cinco anos, vê o pai se tornar um dos maiores heróis da história do Santa Cruz, o clube para o qual escolheu torcer. O seu super-herói.

Filho mais novo de Tiago Cardoso, Tiaguinho já nasceu tricolor. No dia 8 de dezembro, quando veio ao mundo, o seu pai havia praticamente definido o acerto com o time coral. Michelle Ribeiro Cardoso, mãe e esposa, inclusive, soube do acordo ainda na maternidade, após o nascimento. Restava assinar o contrato, o que aconteceu no dia 1ª de janeiro de 2011.

Aquela notícia despretensiosa, dada na maternidade, significaria uma mudança de vida. Da família Cardoso, do Santa Cruz. Até então, Tiago estava desempregado e finalizando a recuperação de uma cirurgia no joelho esquerdo. O seu desempenho era uma incógnita. Para ele e para o clube.
Rafael Martins/ Esp.DP


A chegada

Quando a família chegou ao Recife, no início de fevereiro, Tiaguinho tinha menos de dois meses. À medida que foi crescendo, foi cultivando um amor puro e verdadeiro pelo Santa Cruz. Representa perfeitamente uma geração que nasceu acostumada a títulos. Que faz questão de exaltar o clube a todo momento. Diariamente.

Não há um só dia que Tiaguinho não vá à escola com o “manto sagrado” por debaixo da farda. “As camisas dele são assim: lavou, usou. Compramos uma nova para ele ir ao Arruda no primeiro jogo da final do Pernambucano porque algumas já estavam desbotadas. Todos os dias, ele as procura para vestir”, revela Michelle. “A bola é uma companhia constante também. Temos que tirar dos pés dele, senão passa o dia todinho chutando”, acrescenta a mãe.
Na escola, Tiaguinho conta que recebe cumprimentos dos amigos quando o pai tem atuações de gala. “Eles dizem que viram meu pai com o troféu de campeão. Mas somente um amigo é torcedor do Santa Cruz”, conta.

Filho de goleiro…

No ambiente escolar, o garoto pratica futsal. O pai pede que ele seja atacante. Só que por iniciativa própria, se seu time está perdendo, Tiaguinho logo se escala para trocar a linha pelo gol. “Eu gosto de bater pênalti como Bruno Moraes. E também cobro falta bem. Igual a Daniel Costa. Mas também treino no gol”, avisa.

E sobre treinamento de goleiro, o pequeno tricolor andou fazendo cobranças ao pai. Uma semana antes do jogo com o Ceará - quartas de final do Nordestão, no Castelão - , Tiaguinho “treinou” o paredão tricolor para ele pegar pênalti. “Fiquei chutando na parede para ele defender”, disse o menino. Acompanhando a partida em casa, pela televisão, Tiaguinho não se conteve quando viu o pai defender a cobrança de Rafael Costa. “Tá vendo mamãe, como foi bom eu ter treinado o pai?”, entrega Michelle.
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