De todos os atacantes contratados pelo Santa Cruz para 2017, o que deu mais certo foi Pitbull, justamente o único deles que veio como uma mera aposta. Emprestado pelo Cruzeiro até o fim do ano na negociação que envolveu a ida do prata da casa Raniel ao clube mineiro, o centroavante não demorou para conquistar os torcedores. Primeiro pelo folclore que envolve o seu nome. Depois, pelos gols que não demoraram a sair quando teve oportunidade de atuar numa equipe órfã de um “camisa 9”, após as saídas de Grafite e Zé Carlos (que nem estreou). Foi tudo muito rápido. Nem ele projetava o sucesso meteórico.
“Quando me ligaram falando que eu seria emprestado para o Santa, sabia que era um time de massa e falei: ‘eu vou’. Mas este início nunca passou na minha mente. Nunca imaginei, nem meus familiares, nem meus amigos, que seria desta forma. Eu imaginava vir para me aprofundar no futebol, ganhar meu nome. Hoje, me sinto muito feliz”, comemora.
Parte desta felicidade está condicionada à forma como foi recebido no Arruda. Recepção que lhe causou surpresa. “Por onde passei, não tinha latido, não tinha esses negócios. Desde aquele jogo (de estreia, contra o Uniclinic-CE, no Arruda), isso ficou marcado para mim. Eu me sinto bem com o apoio da torcida e me sinto à vontade para jogar. Sei que isso dá moral. Eu me sinto orgulhoso e espero que a caminhada se prolongue desse jeito.”
Sem passagem por categoria de base
Se fosse possível voltar no tempo, apenas dois anos atrás, seria difícil conceber uma torcida de massa derretida por Halef. Seria difícil até imaginá-lo como jogador profissional. Sem passagem por nenhuma categoria de base, tentava a sorte nos campeonatos amadores de Potiraguá, no interior da Bahia. A rotina era dura. O sonho de se tornar atleta parecia impossível até ser contratado pelo Vitória da Conquista.“O começo da minha carreira foi muito triste. Às vezes, não tinha chuteira para treinar, tomava emprestada de um colega. Eu não tive base. Saí do amador, em campeonatos da cidade, e fui fazer uns testes no Vitória da Conquista-BA, em janeiro de 2015. Lá, os caras gostaram de mim e as coisas foram acontecendo. Fizeram contrato de três anos e fui ganhando o meu espaço até ser contratado pelo Cruzeiro neste ano”, lembra.
A inspiração
Desde aquela a época a inspiração de Halef era Adriano Imperador. Ele se compara ao ex-seleção brasileira. “Moleque, eu cresci vendo Adriano jogar. Então, me espelho muito nele, no trabalho que ele fez no futebol, o cara que ele é dentro de campo. Eu me apeguei muito a ele por ser forte, brigador também. Tiro inspirações”, atesta.O futuro dirá como será o caminho de Pitbull daqui para frente. Certo é que, mesmo quando retornar ao Cruzeiro (onde tem contrato até 2020), o Santa Cruz será sempre lembrado por ele, garante. “O Santa vai ficar marcado para mim. Foi o time onde cheguei e estou jogando. Aqui me acolheram muito bem e não tenho nada de mal para falar. Acho que é um time que eu já nasci aqui.”
Os atacantes do Santa Cruz em 2017:
Halef Pitbull
Função: centroavante7 jogos e 5 gols
Facundo Parra
Função: centroavantenão estreou
William Barbio
Função: atacante de beirada ou segundo atacante10 jogos (2 como titular) e 1 gol
Everton Santos
Função: atacante de beirada ou segundo atacante10 jogos (9 como titular) e 3 gols
André Luís
Função: atacante de beirada ou segundo atacante8 jogos (6 como titular) e nenhum gol
Júlio Sheik
Função: centroavante2 jogos (nenhum como titular) e 1 gol