Santa Cruz

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União com rival, erros, Grafite e técnico: Constantino confirma candidatura no Santa

Atual vice adota discurso conciliador e promete focar em reduzir dívidas

Já não restam mais dúvidas. Após sinalizar a sua candidatura para substituir Antônio Luiz Neto, retirado do pleito por questões de saúde, o empresário Constantino Junior, de 38 anos, confirmou que será o nome a encabeçar o cargo de presidente do executivo pela situação. O atual vice-presidente coral, em seu discurso, admitiu necessidade de mudanças, pregou união e chegou a sinalizar que pode procurar rivais da urna do próximo dia 5 de dezembro para gerir o clube (confira as principais declarações abaixo). Ele ainda falou sobre o planejamento, Grafite e o futuro técnico caso seja eleito.

“Entendemos onde está cada ponto que precisa ser revisto. Conheço nomes das outras chapas que certamente vão nos ajudar a partir do dia 6 de dezembro. Não concordo com o desrespeito, mas existem pessoas que podem agregar”, declarou Constantino, em entrevista coletiva, na sala do conselho deliberativo na manhã desta terça-feira. 

Ele esteve ao lado de Antônio Luiz Neto, do candidato a vice Tonico Araújo e do atual presidente Alírio Moraes, que concorrerá ao comando do conselho deliberativo na chapa. O grupo foi denominado Construindo com a Força da União. Ele concorrerá ao pleito contra o economista Albertino dos Anjos, do Santa Cruz do Povo, e o empresário Fábio Melo, da Muda Santa Cruz.

Em seu discurso, Constantino Junior, que precisou convencer a família para entrar na disputa, ressaltou sua ligação antiga com o Santa Cruz desde os tempos em que era mascote até chegar no cargo de diretor, mesma função que o pai Constantino Barbosa ocupou na década de 1980. 

No currículo, ele ficou marcado por ter sido o diretor de futebol que caiu para a Série D e, em seguida, ajudou na retomada do clube. Além de cinco campeonato estaduais e um Brasileiro da Série C, ele também conquistou uma Copa do Nordeste. 

Confira alguns tópicos do discurso de Constantino Junior

Mudança de postura e sinceridade com torcida

“Estava um dia aqui cabisbaixo, quando conversei com José Silvério (da Rádio Jornal) e disse: 'Tomei uma decisão, eu vou deixar o clube'. Isso me dói muito porque é um pedaço meu. Conversei com minha família, já tinha colocado para o presidente Antônio Luiz Neto, para Alírio (Moraes). Falei a verdade, mas fui convocado. Já tinha uma linha de pensamento, minha família já estava convicta disso. Fui convidado para compor a chapa por Antônio Luiz Neto, Alírio, por ex-lideranças. Não podia declinar um convite desse. Sem dúvidas é o maior desafio da minha vida, mas tenho determinação, força para aceitar isso. Sei das dificuldades, não vai ter uma varinha mágica para chegar aqui amanhã e resolver tudo. Vou ser muito sincero com a torcida com nossas metas. Nosso objetivo é questão de sustentação, combater dívidas, negociar com nossos credores. Vamos procurar um plano de pagamento.”
 
Rafael Brasileiro/DP

Grupo de transparência com ajuda da oposição 

"Vamos criar um grupo de transparência. Tenho até o pensamento de convidar um nome do grupo de oposição, Glaucio Frazão, para nos ajudar. Temos de ter humildade de bater na porta e pedir ajuda." 

Grafite

"Até Tonico (Araújo) foi um dos principais responsáveis pela vinda do Grafite pela primeira vez. Alírio a gente sabe da relação que existiu na volta dele em 2015 e nesse retorno. Foi até uma visita, uma coisa sem compromisso algum. Conversamos, demonstramos um projeto e ele abraçou independentemente da dificuldade, pelo amor até pelo Santa. Ele é um cara de extrema importância até pela condução do grupo. Conversamos e eu fiz valer a ele a importância dele tanto dentro como fora de campo. Temos certeza que ele abraça o projeto. De um lado ou de outro. Vai depender da decisão dele. Analisando o desempenho dele com o departamento físico, ele tem condições de jogar (no próximo ano), mas vai muito da cabeça dele. A escolha é dele. Ele será importante dentro ou fora de campo. Dentro de poucos dias a gente vai poder estar dizendo a vocês o que ele pensa e de que forma ele vai ajudar no nosso projeto."

Busca por novo técnico

"A gente vai ter sim uma montagem do corpo diretivo. Mas até três dias atrás meu pensamento era deixar o clube, então é preciso ter muito cuidado. O perfil do treinador já está traçado. Saber trabalhar com curto orçamento e ter o desafio de montar um time aguerrido." 

Pagamento de salários atrasados

"Acho que se você parar para pensar, o time foi rebaixado devendo doismeses aos atletas. Em pouco espaço, a gente pagou dois salários. Sessenta a 70% dos jogadores na sua chegada o Santa fizeram esse acordo. A gente pagava o salário de novembro de forma adiantada. Então, não terminou o ano de forma catastrófica, o problema foi durante o ano, essa incerteza. 
 
Os atletas que estão saindo serão negociações individuais para que a gente possa fazer esses acordos com a verdade, para que a gente só se comprometa com o que pode pagar. Vai ter uma direção de passivo procurando esses atletas para deixar o clube de portas abertas perante outros profissionais."

Busca por novos recursos

"Qual o problema hoje? Recurso. Como buscar esses recursos? Essa captação de recursos através da lei, uma coisa totalmente legal com pessoas de bem, certamente a gente tem sim esse plano e confia muito no trabalho das pessoas que estão à frente. Por que não fizeram ainda? Pela dificuldade de recurso, mas está tudo planejado. Vamos buscar esses recursos que existem no Ministério do Esporte. "

Necessidade de reformulação

“É um clube que admitiu na sua formação coisas que outros clubes tinham preconceito, nasceu para ser um clube do povo. Também podendo dar um pouco dessa juventude, trazer gente nova. Fazer o processo de oxigenação e renovação, porque passar o que a gente passa aqui é difícil demais. Cerca de 10 dias atrás vocês não imaginavam a dificuldade. Esse ano foi muito complicado, até por uma questão de saúde minha.Tiveram situações de dificuldade em campo, mas nada atrapalhou a dignidade e respeito das pessoas que carregam esse futebol.”

Ligação com o clube

“Minha história se confunde com a história do clube, desde muito cedo meu pai foi chamado por Rodolfo Aguiar. Meu bisavô havia sido presidente do América. Ele (meu pai) tinha uma simpatia muito grande pelo Santa, ele começou a ajudar o Santa inicialmente na questão dos esportes amadores e eu cresci vivenciando esse amor dele ao clube. Eu fazia questão de vir às reuniões do conselho. Essas grandes lideranças me conheceram moleque.”