Santa Cruz

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Lesionado, fora da temporada e sem clube: um ano de sofrimento para Wellington Cézar

Volante de 24 anos, criado na base do Santa Cruz, passou por cirurgia no joelho e não deve mais jogar em 2018; apesar do momento, atleta está otimista

postado em 04/05/2018 09:10 / atualizado em 04/05/2018 14:40

Daniel Leal/DP
A leveza das palavras contrastam com o momento vivido por Wellington Cézar. Volante do Santa Cruz entre as temporadas 2015 e 2017, o atleta criado nas divisões de base do clube passa atualmente pelo pior momento da carreira com um otimismo ímpar de quem tem uma absoluta certeza: dará a volta por cima. Aos 24 anos, sem clube, sem salário e lesionado, não entrou em campo uma única vez sequer nesta temporada. Nem entrará. Em recuperação de uma cirurgia no joelho, o atleta tem previsão de retorno estimado para entre cinco e seis meses. Tarde demais para voltar a jogar este ano. Convicto, mira um 2019 muito melhor.

O contrato de Wellington Cézar com o Santa Cruz encerrou ao fim da Série B do ano passado. Com proposta do Mirassol para jogar o Campeonato Paulista, o volante chegou a viajar para o interior de São Paulo. Iniciou o tratamento naquele que seria o novo clube. Em vão. Na capital paulista, buscou uma solução que não veio. “Os médicos mandavam eu tomar alguns remédios, injeção na cartilagem e só tratamento. Até eu resolver voltar para o Recife. Aqui, diagnosticaram que precisava mesmo da cirurgia”, disse.

Tanto tempo até o diagnóstico mais correto, condenou a temporada de Wellington Cézar. O atleta realizou a cirurgia na cartilagem da patela há 17 dias. De acordo com o médico João Paulo Lafayette, a recuperação depende de um protocolo dividido em cinco fases. E somente elas, uma a uma, vão dar o prognóstico exato do tempo de recuperação. “Mas em média, esse tipo de cirurgia requer entre cinco e seis meses de recuperação”, apontou. “Foi feito uma reconstrução da cartilagem do joelho. A cirurgia chegou há pouco no Brasil porque aqui não havia o material necessário ainda”, completou o médico do Santa Cruz, otimista na recuperação do atleta. 

Ricardo Fernandes/DP
As dores no joelho direito acompanhavam Wellington desde 2015, naquela que foi a melhor temporada dele pelo Santa Cruz, com títulos do Estadual e da Copa do Nordeste, além de um acesso à Série A. Naquele ano, fez 35 jogos pelo clube. No total, são 106 partidas pelo Tricolor. Jogos e identificação que fizeram o clube reabrir as portas para que ele faça o tratamento no Arruda. É com a estrutura do Tricolor, que o atleta está se recuperando dia a dia. “Agradeço muito a Tininho (Constantino Júnior, presidente) por tudo que ele vem fazendo e já fez por mim”, destacou o volante.

Enquanto não pode retornar aos gramados, Wellington Cézar vem sendo auxiliado pelo empresário que agencia a carreira dele e pelas economias. Dias duros, mas tratados com absoluto otimismo e sorriso no rosto pelo jogador pernambucano. “Passa uma preocupação, claro, mas sei que estou caminho certo. Isso é fase, vai passar. Não sou primeiro a enfrentar isso. É ter fé em Deus, perseverança que eu chego lá. Vou voltar 100% e dar a volta por cima fazendo o que gosto”, garantiu.

Retorno ao Arruda

Ricardo Fernandes/DP
Tratando-se no Santa Cruz, Wellington Cézar tem recebido o apoio de funcionários e ex-companheiros. Durante o tratamento, encontrou o amigo Allan Vieira, que acabou de voltar ao clube. Da diretoria, ouviu o recado que tem as portas do Arruda abertas para quando ele estiver recuperado.

“É um atleta que tem a nossa profunda admiração, conquistou títulos aqui, teve uma excelente passagem e a torcida gosta muito. Não há nada que descarte um retorno. Não temos nada programado, mas não é um nome descartado para o futuro. É bem avaliado por nós. É um atleta que vejo grandes possibilidades de ser aproveitando, não sei nesta temporada, mas no futuro”, afirmou o vice-presidente de futebol tricolor, Felipe Rego Barros.

Formado nas bases do Santa Cruz, onde chegou em 2011, Wellington não escondeu o desejo de um dia voltar a vestir a camisa coral. “Ninguém sabe o dia de amanhã. O Santa Cruz é um clube que tenho um carinho imenso, fui criado aqui na base, amo esse lugar e quem sabe um dia não posso voltar a fazer o que amo aqui”, pontuou.