Santa Cruz

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Com variáveis e pés no chão, Santa Cruz estima orçamento em cerca de R$ 10 mi para 2019

Folha salarial do futebol tem planejamento de ficar em torno de R$ 350 mil ao mês, somando-se atletas, comissão técnica e núcleos ligados ao departamento

postado em 21/12/2018 08:08 / atualizado em 21/12/2018 09:08

 Gabriel Melo / Esp. DP
O balanço financeiro do Santa Cruz referente a temporada 2018 está em fase de conclusão. Deverá sair em janeiro, juntamente com outros eventos, como o lançamento de um novo site e até uma campanha para sócios. O que se pode garantir seguramente é que o valor a ser lançado será o menor da década atual, girando entre R$ 7,5 milhões e R$ 8,0 milhões. Com o processo de profissionalização da gestão tricolor, o suficiente para encerrar o ano sem novas dívidas ou ações trabalhistas - garante o clube. Sem o acesso, o Núcleo de Gestão mantém um planejamento “pés no chão” para 2019. Sem contar com variáveis ao longo do ano, trabalha com um orçamento de aproximadamente R$ 10 milhões.

O valor é, por exemplo, bem abaixo do ápice financeiro do clube, em 2016, quando ganhou dois títulos (Estadual e Nordestão) e disputou a Série A. Na ocasião, a receita operacional chegou a R$ 36 milhões. Em outra realidade e repleto de dívidas que geram um passivo superior a R$ 60 milhões, não restou ao clube se adequar ao momento de imersão à Série C. 

Para os cálculos que levaram a projeção do orçamento para o ano que vem, coordenador geral do núcleo de gestão do Santa Cruz, Roberto Freire, inicialmente deixa de lado alguns fatores que tendem a fazer aumentar os valores estimados. Como por exemplo, uma possível cota de TV para transmissão do Campeonato Brasileiro da Série C, venda de atletas e renda fruto de bilheteria em dias de jogos. “Neste ano, tivemos prejuízos em todos os jogos do ano (apenas quatro de 19 partidas tiveram mais de 10 mil pessoas no Arruda), com exceção do jogo contra o Operário, que pagou as contas para trás, o que ainda assim nos deixou com um saldo negativo de R$ 20 mil”, explicou. 

O planejamento do Santa Cruz conta hoje apenas com as receitas garantidas, tais quais: R$ 1,9 milhão da Copa do Nordeste, R$ 1 milhão do Campeonato Pernambucano, R$ 500 mil (valor a ser ajustado para 2019) da Copa do Brasil. “Com desconto, esses valores ficam R$ 1,7 milhões, R$ 850 mil e R$ 500 mil, respectivamente”, disse Freire. “Como receitas, temos ainda estimado R$ 1,8 milhão para plano de sócio, R$ 1,2 milhão com receita de camisa, mais R$ 1,2 milhão com valor da marca. Quando somar tudo, dá um valor até maior do que planejamos como base”, alertou, ciente.
Paulo Paiva / DP FOTO

Os outros valores deixados de lado nas contas iniciais são relativos ao sucesso em torneios como o Nordestão, que pode render até R$ 2,375 milhões (contando-se apenas as etapas seguintes à fase de grupo) ao campeão e a Copa do Brasil, que pode agregar pelo menos mais R$ 600 mil caso o Tricolor elimine o Sinop-MT e avance de fase. “São receitas que podem vir naturalmente. Mas mantemos um planejamento cuidadoso. Vamos passar dificuldades esse ano, mas como a receita é maior que a despesa vai acontecer a mesma coisa deste ano e vamos finalizar 2019 equilibrados”, afirmou.

Mais receita para o futebol

Para o futebol, o planejamento visa uma receita pouco superior a deste ano, quando a folha salarial do departamento girou em torno de R$ 250 mil. “O orçamento estipulado ficará em torno de R$ 350 mil. Na verdade, para o elenco, R$ 200 mil e comissão em torno R$ 130 mil, englobando o pessoal da preparação física, médicos, fisioterapeutas”, detalhou Roberto Freire, que afirmou que todo elenco que fechou 2018 ou já recebeu tudo o que devia ou fechou acordo com o clube.

“Inclusive, funcionários receberam a primeira parcela do 13°. Os acordos atrasados foram feitos e estão sendo pagos desde setembro. Ou está pago ou acordado faltando uma ou duas parcelas. No Santa Cruz, trabalhamos com quatro grandes grupos: trabalhista, tributário, fornecedores e atletas. O único não controlado é o trabalhista e provavelmente até o final desta semana estamos costurando um acordo e caso consigamos controlá-lo, fazendo isso, começamos com boa perspectiva 2019”, pontuou.

Últimas receitas operacionais do Santa Cruz

2011 – R$ 17.185.073
2012 – R$ 13.133.535 (-23%)
2013 – R$ 16.955.711 (+29%)
2014 – R$ 16.504.362 (-2%)
2015 – R$ 15.110.061 (-8%)
2016 – R$ 36.854.071 ( 143%)
2017 – R$ 15.848.541 (-57%)

Passivo

2011 – R$ 69.775.333
2012 – R$ 71.536.863 ( 2%)
2013 – R$ 71.377.478 (-0,2%)
2014 – R$ 72.727.047 ( 1%)
2015 – R$ 77.728.805 ( 6%)
2016 – R$ 62.604.879 (-19%)
2017 – R$ 65.917.841 ( 5%)