Passivo recalculado é de toda a história do clube (Foto: Rafael Melo/Santa Cruz)
Depois de decidir atrasar a publicação do balanço financeiro de 2019, com prazo a ser divulgado no último dia de abril, segundo o prazo instituído pela Lei Pelé, o Santa Cruz, enfim, está prestes a publicar os seus demonstrativos. E, segundo a diretoria tricolor, os números, desta vez, vão tornar a realidade do clube mais fidedigna possível. Como, por exemplo, todo o passivo da Cobra Coral, que deve ser orçado em mais de R$ 200 milhões.
“Não sei precisar o número exato, mas está em uma faixa acima dos R$ 200 milhões. Estamos tentando trabalhar, dentro do que a BDO (empresa que faz a auditoria do clube) está fazendo, na medida do possível. Depois que finalizado o balancete, vamos nos reunir com o Conselho Deliberativo do clube para aprovar e publicarmos”, esclareceu Fred Dias, diretor de futebol e também membro do conselho gestor da Cobra Coral.
Vale ressaltar que a demora para a publicação do balanço financeiro do Santa Cruz se deu por dois motivos. O principal deles foi a pandemia do coronavírus, dificultador na prestação das contas e auditorias a serem feitas, uma vez que as atividades não-essenciais foram suspendidas em todo o país. Além disso, também houve a análise criteriosa da re-publicação dos balanços financeiros dos anos de 2017 e 2018, ainda incompletos.
O clube também não teme possíveis punições por atrasar a divulgação dos seus demonstrativos, uma vez que disse estar resguardado pela Medida Provisória 931, projeto que garante às empresas mais tempo - até junho - para fazer suas assembleias gerais ordinárias, como é o caso do Tricolor que, pelo estatuto vigente, precisa definir processo contábil de demonstrativos financeiros com o Conselho Deliberativo e Fiscal.
Alguns números
Em primeira mão, o jornalista Cassio Zirpoli conseguiu detalhes adicionais sobre os números do balanço, em contato com os dirigentes do Santa Cruz, Roberto Freire e Ítalo Mendes. Uma dessas informações, por exemplo, foi o crescimento do caixa do clube, que voltou a subir após 2018. Em 2019 a Cobra Coral obteve a segunda maior receita operacional no período, somando R$ 18,4 mi.
Fator determinante para este cenario foi o avanço do Tricolor nas fases da Copa do Nordeste (semifinal) e na Copa do Brasil ( 4ªa fase). A este ponto se deve somar a venda do atacante Elias para o Athletico Paranaense, que embolsou R$ 900 mil ao clube, e a evolução do faturamento com as mensalidades no quadro de sócios-torcedores.