Santa Cruz

Prisão

Advogado confirma confissão do suspeito

Adelson José da Silva falou que, em conversa no WhatsAPP, suspeito pedia para a família não abandoná-lo se ele fosse preso

postado em 05/05/2014 18:27 / atualizado em 06/05/2014 00:02

Redação Superesportes /Diario de Pernambuco

Reprodução/TV Clube
O advogado Adelson José da Silva, defensor de Everton Felipe Santiago de Santana preso na tarde desta segunda-feira apontado como um dos suspeitos de atirar o vaso sanitário que matou Paulo Ricardo Gomes da Silva, confirmou que ele confessou o crime em seu depoimento na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Integrante da Inferno Coral, ele foi autuado em flagrante por homicídio doloso.

Adelson informou que não acompanhou o depoimento desde o início. Mas conversou com o suspeito. "Conversei com ele particularmente e ele confessou, realmente. Já estava disposto a se entregar, a confessar depois na polícia. Foi uma denúncia anônima, disseram a ele", afirmou. Segundo o advogado, em conversa com a família pelo WhatsAPP o suspeito pedia para que ela não o abandonasse se ele fosse preso. "Então ele estava convicto do que iria acontecer com ele", destaca Adelson.

Ainda de acordo com o advogado, o suspeito indicou que mais duas pessoas participaram do crime com ele. Uma dessas pessoas ele já conhecia da organizada. O outro, conheceu no estádio, no dia do jogo Santa Cruz x Paraná.

 

Confira a entrevista completa do advogado Adelson José da Silva

 

Ele confessou que jogou o vaso sanitário?
Ele confirmou a participação no depoimento, mas quando eu cheguei o depoimento já estava no meio e não peguei por completo. Mas ele confessou e disse que não sabe explicar o motivo.

 

Conversei com ele pessoalmente, depois do depoimento, e ele confessou e já estava até disposto a se entregar para a polícia. Mas houve uma denúncia anônima. Tinha até uma conversa no Whatsapp, falando com a família, dizendo que estava com medo, e estava convicto do que poderia acontecer.

Ele sabe quem são os outros dois suspeitos?
Pelo que sei, não.

Ele conhece essas pessoas?
Pelo que ele falou, um ele conheceu no local, e o outro já conhecia.

Como vai ser sua defesa?
Ele foi atuado em flagrante e, no meu ver, juridicamente não existia a possibilidade do flagrante. Mas a delegada justificou a perseguição, que é uma das possibilidades de prisão: preventiva, temporária ou em flagrante. Mas a delegação justificou que ele estava em perseguição, prendeu em flagrante.

Existe a possibilidade dele colaborar nas outras prisões?
Ele está participando.

E as mensagens no whatsapp?
Não cheguei a ver as mensagens.

Ele vai colaborar nas investigações?
Ele já começou a colaborar com a polícia. Mas não posso entrar em detalhes para não prejudicar as investigações. 

Ele está arrependido?
Ele está com medo. Tanto é que baixou a cabeça quando passou por aqui. Está disposto a pagar pelo que ele fez.

Para aonde ele vai ser levado?
Ele vai para o Cotel, mas vou pedir segurança para ele. Ele tem emprego fixo, carteira assinada e todos os requisitos para conseguir liberdade provisória. Mas isso não significa que o juiz vai dar.

Ele falou o que para você?
Que ele participou e confessou. As imagens que tem aí, mostram ele saindo de lá e ele reconhece que estava lá.

Ele sabia o que estava fazendo?
Ele disse que sabia do risco que poderia acontecer. Mas que não ia acertar, de maneira nenhuma.

O que mostra as imagens?
Eu não cheguei a ver as imagens.

Eles eram da torcida organizada?
Os outros realmente são da torcida. Um ele conheceu lá e um era conhecido.

Ele viu que atingiu uma pessoa?
Não percebeu. Depois que saiu, cada um pegou seu rumo.

Ele disse por que fez isso?
Estava assistindo o jogo, e passou aquilo pela cabeça. Disse que foi uma coisa estranha e não sabe porque fez. Não tinha a intensão de fazer. Ele não foi para o estádio para fazer isso.  Foi com a intensão de ver o jogo. Mas não sei se foi por incentivo dos outros. Isso não posso dizer.