Santa Cruz

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Por sugestão de sócia, estatuto do Santa pode exigir participação feminina no Deliberativo

Sugestão foi enviada à Comissão de Reforma do clube através de e-mail

postado em 04/11/2019 12:28 / atualizado em 04/11/2019 13:44

<i>(Foto: Ricardo Fernandes/DP Foto)</i>
Durante o processo de apresentações, argumentos e defesas que o Santa Cruz viveu entre seu Conselho Deliberativo e as arquibancadas nos últimos dias, em prol da reformulação do estatuto coral, uma sugestão vinda da torcida chamou atenção. A torcedora e sócia, Kátia Oliveira, sugeriu, através de um e-mail, a participação das mulheres na composição do Conselho Deliberativo do clube. Aceita de forma unânime, a sugestão está incorporada na minuta do novo regimento. O documento aguarda aprovação no Conselho para votação posterior em assembleia geral.
 
“Acho importante a participação da mulher em todos os ambientes. O crescimento da mulher está sendo bem aceito. Então, porque não em um clube?”, questionou inicialmente Kátia. Em entrevista ao Superesportes, ela contou que a ideia da sugestão surgiu durante uma leitura ao estatuto do Bahia. Na atual realidade do clube baiano, as inscrições das chapas têm que contar com, no mínimo, 20% de torcedoras sócias. Na minuta do Santa Cruz, o percentual foi reduzido, mas com a garantia da efetivação. No Arruda, serão 10% de mulheres inscritas e eleitas. Tendo preferência no momento da posse.

Após o recebimento do e-mail, o clube aceitou a sugestão, acrescentando a proposta na minuta, com a intenção de investir no olhar feminino gestor. "Acredito que a gente não sabe a visão que está perdendo, mas com certeza estamos perdendo algo sem a presença da mulher na vida política do Clube. Há uma convergência no ponto que diz respeito à visão de como uma mulher pode participar mais. Como torcedora, dirigente e colaboradora do clube”, revelou o presidente da Comissão da Reforma do estatuto, Mário Godoy, ao Superesportes.

“No Santa, tudo eles botam empecilho. É o clube do empecilho. Fiquei surpresa quando mandaram a minuta com a minha proposta aceita. Quase que eu caio chorando. É uma esperança!”, revelou a torcedora.

Ainda aguardando aprovação do Deliberativo, mas com muitos pontos em convergência, a previsão para o regimento final é vista com otimismo. Possibilitando, inclusive, realidades na nova etapa do Santa Cruz. “As mulheres têm mais carinho e cautela. Têm amor também, mas usam mais a razão. A mulher vai mais centrada. Tem que ter sugestão feminina para modificar. Isso sendo aprovado, eu acredito que seja mais tranquilo. Quem sabe uma presidente mulher?” , questionou Kátia.

As arquibancadas do Arruda, assim como tantas outras, recebem uma maior presença das mulheres a cada partida, nos últimos tempos. Diminuindo a diferença ainda presente, em relação aos homens. Porém, na ocupação de cargos, a presença feminina ainda passa tímida. Ou nula. “No Santa Cruz, você não vê mulher em reunião, você não vê mulher envolvida. Porque, ela acha que não pode ir, que não vai ter voz, nem opinião. Não é assim! Sou sócia, tenho que ter voz, voto e participação. Quero estar dentro do clube”, finalizou Kátia.

Sugestão de Kátia enviada por e-mail

“Me chamo Kátia Oliveira, sócia, torcedora e amante do Santa Cruz. Gostaria de propor à mesa do Conselho, que estudasse minha proposta com carinho. No clube do Bahia, foi aprovado pelo conselho algo inovador. As chapas que quiserem concorrer ao Conselho Deliberativo precisarão ter pelo menos 20% de sócias. Isso mesmo, mulheres em suas chapas! No Bahia, a proposta foi aprovada com unanimidade. Pensem com carinho… de 100 conselheiros, 10 podem ser mulheres. Lá no Bahia, a cota não vale para formação do Conselho, que continua com 100 nomes, obedecendo a proporcionalidade dos votos e a ordem de chamada determinada pelas chapas. Grata pela atenção!”