Santa Cruz

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Os desafios de Doriva no Santa Cruz: ajustes vão de definição tática à recuperação de Grafite

Novo treinador coral iniciou trabalhos no Arruda nesta terça-feira e já vai implantar sua metodologia para o jogo de domingo, contra o Fluminense, no Arruda

postado em 16/08/2012 10:00 / atualizado em 16/12/2016 18:36

Ricardo Fernandes/DP
O técnico Doriva começou nesta terça-feira a implantar a sua metodologia de trabalho no Santa Cruz. Contratado pela diretoria na última sexta-feira, assistiu das tribunas do Barradão ao empate em 2 a 2 com o Vitória, no domingo, e teve um contato rápido com o elenco. Mas só a partir de hoje é que o novo treinador coral vai poder mostrar aos jogadores de forma mais clara como pretende recuperar o Tricolor e fugir da zona de rebaixamento da Série A.

Conforme já sabia quando foi contactado pela direção do Santa Cruz, Doriva irá se deparar com um orçamento reduzido para fazer contratações (já que a receita das cotas de televisão do clube seguem retidas na Justiça do Trabalho). Na sua chegada ao Recife, ainda na sexta, o comandante afirmou que precisaria de pelo menos uma semana para diagnosticar "se há carências" no grupo. Portanto, a curto prazo e no duelo do próximo domingo contra o Fluminense, no Arruda, o técnico deve se virar com o que tem à disposição. Nesse cenário, o Superesportes esmiúça quais os principais desafios dele para que faça logo a equipe voltar a render.

Definir um esquema tático
O antecessor Milton Mendes mudou o modelo de jogo do Santa Cruz três vezes no Brasileiro. Mas o 4-2-3-1, o 4-1-4-1 e 4-4-2 testados não funcionaram e o treinador acabou deixando o time sem um padrão definido. Doriva gosta também do 4-1-4-1, adotado por ele no Bahia. Ou seja, uma equipe com um volante mais fixo, dois que saem mais para o jogo, dois pontas abertos e um atacante fixo. Um desenho que varia para o 4-2-3-1 quando há necessidade de recomposição no meio-campo e se assemelha à estratégia do Mendes nas conquistas do estadual, do Nordestão e até antes dos seus três últimos jogos no clube na Série A (quando resolveu implantar o 4-4-2). Doriva também é adepto do 4-2-4 - com dois meias abertos pelas laterais (um deles no Bahia, aliás, era Danilo Pires) e uma dupla de atacantes.

Ajustar o sistema defensivo sem Neris
Doriva vai assumir o Santa Cruz desfalcado de Neris, que está lesionado na coxa direita e fica cerca de um mês vetado pelo departamento médico. O zagueiro é principal pilar do sistema defensivo coral. Sem ele, o Tricolor sempre sofre gols nos jogos do Brasileiro, não consegue ganhar e tem um aproveitamento de somente 8,3% no campeonato. O interino Adriano Teixeira escolheu Luan Peres como substituto do jogador diante do Vitória. O reserva, porém, não agradou e cometeu erros individuais que poderiam comprometer a equipe e podem lhe custar a posição. Wellington é o outro candidato à vaga.

Retomar o “fator casa”

Dentro de casa nesta Série A, o Santa Cruz só é melhor que América-MG e Cruzeiro. Em dez jogos no Arruda, perdeu mais do que ganhou. Foram apenas quatro vitórias contra seis derrotas. Resultado: um aproveitamento módico de 40%. Sob o comando do Bahia na Segundona, com licença do abismo técnico entre as duas divisões, Doriva obteve um aproveitamento de 72,2% como mandante. De seis jogos na Arena Fonte Nova, ganhou quatro, empatou um e perdeu outro(um 2 a 1 para o Londrina, justamente quando foi demitido). No Arruda, o Santa ainda vai disputar 27 pontos, leia-se, exatamente a pontuação necessária para a escapar do Z4 segundo a projeção histórica do campeonato.

Fazer com que Grafite reencontre o caminho do gol
Grafite está em baixa. O atacante, que já experimentou a artilharia da Série A no começo da competição, não vem rendendo. Não faz gols desde a partida com o Corinthians, ainda em 25 de junho e que acabou em derrota por 2 a 1, no Itaquerão. Dali, passaram-se nove rodadas no Brasileiro. O camisa 23 ficou fora de duas delas (diante de Internacional e Coritiba, por lesão e suspensão, respectivamente), mas não conseguiu reencontrar o caminho do gol nos outros sete jogos que esteve em campo. Muito porque a bola não chegou (e isso Doriva precisa ajustar no setor de criação). O centroavante, contudo, também cansou de desperdiçar chances.