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Conforme já sabia quando foi contactado pela direção do Santa Cruz, Doriva irá se deparar com um orçamento reduzido para fazer contratações (já que a receita das cotas de televisão do clube seguem retidas na Justiça do Trabalho). Na sua chegada ao Recife, ainda na sexta, o comandante afirmou que precisaria de pelo menos uma semana para diagnosticar "se há carências" no grupo. Portanto, a curto prazo e no duelo do próximo domingo contra o Fluminense, no Arruda, o técnico deve se virar com o que tem à disposição. Nesse cenário, o Superesportes esmiúça quais os principais desafios dele para que faça logo a equipe voltar a render.
Definir um esquema tático
O antecessor Milton Mendes mudou o modelo de jogo do Santa Cruz três vezes no Brasileiro. Mas o 4-2-3-1, o 4-1-4-1 e 4-4-2 testados não funcionaram e o treinador acabou deixando o time sem um padrão definido. Doriva gosta também do 4-1-4-1, adotado por ele no Bahia. Ou seja, uma equipe com um volante mais fixo, dois que saem mais para o jogo, dois pontas abertos e um atacante fixo. Um desenho que varia para o 4-2-3-1 quando há necessidade de recomposição no meio-campo e se assemelha à estratégia do Mendes nas conquistas do estadual, do Nordestão e até antes dos seus três últimos jogos no clube na Série A (quando resolveu implantar o 4-4-2). Doriva também é adepto do 4-2-4 - com dois meias abertos pelas laterais (um deles no Bahia, aliás, era Danilo Pires) e uma dupla de atacantes.
Ajustar o sistema defensivo sem Neris
Doriva vai assumir o Santa Cruz desfalcado de Neris, que está lesionado na coxa direita e fica cerca de um mês vetado pelo departamento médico. O zagueiro é principal pilar do sistema defensivo coral. Sem ele, o Tricolor sempre sofre gols nos jogos do Brasileiro, não consegue ganhar e tem um aproveitamento de somente 8,3% no campeonato. O interino Adriano Teixeira escolheu Luan Peres como substituto do jogador diante do Vitória. O reserva, porém, não agradou e cometeu erros individuais que poderiam comprometer a equipe e podem lhe custar a posição. Wellington é o outro candidato à vaga.
Retomar o “fator casa”
Dentro de casa nesta Série A, o Santa Cruz só é melhor que América-MG e Cruzeiro. Em dez jogos no Arruda, perdeu mais do que ganhou. Foram apenas quatro vitórias contra seis derrotas. Resultado: um aproveitamento módico de 40%. Sob o comando do Bahia na Segundona, com licença do abismo técnico entre as duas divisões, Doriva obteve um aproveitamento de 72,2% como mandante. De seis jogos na Arena Fonte Nova, ganhou quatro, empatou um e perdeu outro(um 2 a 1 para o Londrina, justamente quando foi demitido). No Arruda, o Santa ainda vai disputar 27 pontos, leia-se, exatamente a pontuação necessária para a escapar do Z4 segundo a projeção histórica do campeonato.
Fazer com que Grafite reencontre o caminho do gol
Grafite está em baixa. O atacante, que já experimentou a artilharia da Série A no começo da competição, não vem rendendo. Não faz gols desde a partida com o Corinthians, ainda em 25 de junho e que acabou em derrota por 2 a 1, no Itaquerão. Dali, passaram-se nove rodadas no Brasileiro. O camisa 23 ficou fora de duas delas (diante de Internacional e Coritiba, por lesão e suspensão, respectivamente), mas não conseguiu reencontrar o caminho do gol nos outros sete jogos que esteve em campo. Muito porque a bola não chegou (e isso Doriva precisa ajustar no setor de criação). O centroavante, contudo, também cansou de desperdiçar chances.