Santa Cruz

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Santa Cruz deve melhorar defesa para não voltar a figurar entre as piores retaguardas da elite

Desempenho na Série A de 2006 fez Tricolor ser terceiro time mais vazado na história do campeonato no atual modo de disputa; se seguir em baixa, pode superar vexame

postado em 18/10/2016 08:10 / atualizado em 18/10/2016 09:08

Agência Corinthians/Divulgação
O sistema defensivo do Santa Cruz tem mostrado uma vulnerabilidade que não mostrou durante toda a temporada. Nos últimos seis jogos na Série A, que coincidem com derrotas consecutivas no campeonato, o time sofreu 19 gols. Uma alta média de 3,1 por partida. Entrou peça, saiu peça, mas a retaguarda não demonstrou sinais de progresso. Necessita melhorar urgentemente. Não que uma evolução do setor seja capaz de mudar o rumo da equipe, com o rebaixamento à Segunda Divisão “praticamente irreversível”, como já taxa até o próprio técnico Doriva. Mas, sobretudo, para o Mais Querido não entrar no ranking das piores defesa do Brasileirão no atual formato de disputa. De novo, no caso. O desempenho coral em 2006, quando viu a bola entrar em suas redes 76 vezes, fez do clube ser até hoje o terceiro pior sistema defensivo da história da elite em números absolutos. Evitar novos vexames é preciso.

Há duas rodadas, quando enfrentou o Corinthians e perdeu por 4 a 2, o Santa Cruz ultrapassou a Chapecoense e passou a ser o time que mais sofreu gols nesta Série A. Antes disso, porém, já vinha sendo exageradamente vazado. Se a equipe mantiver a média dos seus seis últimos jogos (3,1) nas sete partidas restantes do campeonato, terminaria com 79 gols sofridos. Igualaria, portanto, os números do Náutico de 2013 - menos vazado na história apenas que o América-RN, com 80, em 2007.

A média geral de gols levados pelo Santa Cruz neste Brasileiro é bem menor que a desse último recorte de seis derrotas: 1,8. Ainda assim, a maior entre os 20 clubes participantes. Ao menos, se o parâmetro coral para as derradeiras rodadas for esse seu número global, a sua defesa não teria números absolutos tão vexatórios ao término da Série A. Acabaria a competição com “apenas” 69 gols sofridos. Longe do topo deste ranking tão amargo.

Não de agora, Doriva tem cobrado melhora na retaguarda do time. No entanto, após o 3 a 0 sofrido para a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, o treinador (já notadamente desalentado com o futuro do Santa Cruz na Serie A) foi mais duro nas palavras. “O Campeonato Brasileiro tem alto nível de rendimento. Você tem que ser participativo todo o tempo: noventa minutos de intensidade e de comprometimento. A gente está deixando cair isso e, lógico, vai sobrecarregar a nossa defesa, que vai tomar os gols”, afirmou, sem restringir a culpa unicamente ao setor pelo mau retrospecto.

Encontrar um caminho para tornar o sistema defensivo menos inconsistente é difícil. Peças já foram mudadas. Até mesmo o goleiro e ídolo Tiago Cardoso, agora de volta à titularidade, chegou a ser trocado por Edson Kölln. Sem tempo suficiente para treinar e se deparando com um elenco desmotivado, Doriva tenta arrancar estímulo com a mesma ladainha. “A gente busca encorajar os jogadores, mas eles têm que entender que Campeonato Brasileiro é uma grande vitrine. Não dá para jogar a toalha, baixar a guarda. Atleta sempre tem que pensar no futuro.”

As piores defesas desta Série A:
Santa Cruz (57), Chapecoense (50), América-MG (50) e Sport (48).

Os últimos seis jogos:
19 Gols sofridos/3,1 em média

Ponte Preta 3 x 0 Santa Cruz
Moisés Lucarelli

Santa Cruz 2 x 4 Corinthians
Arena Pantanal

Flamengo 3 x 0 Santa Cruz
Pacaembu

Santa Cruz 2 x 3 Palmeiras
Arruda

Figueirense 3 x 1 Santa Cruz
Orlando Scarpelli
 
Santos 3 x 2 Santa Cruz
Pacaembu

Piores defesas da Série A no atual sistema:
2007: América-RN: 80 (64 nesta rodada)
2013: Náutico: 79 (62 nesta rodada)
2006: Santa Cruz: 76 (62 nesta rodada)
2011: Avaí: 75 (65 nesta rodada)

As piores defesas em cada ano

2006

Santa Cruz: 76 (20°)
Palmeiras: 70 (16°)
Ponte Preta: 65 (17°)
Atlético-PR: 62 (13°)

2007
América-RN 80 (20°)
Juventude: 65 (18°)
Paraná: 64 (19°)
Náutico: 63 (15°)

2008
Figueirense: 73 (17°)
Vasco: 72 (18°)
Portuguesa: 70 (19°)
Ipatinga: 67 (20°)

2009
Náutico: 71 (19°)
Sport: 71 (20°)
Goiás: 65 (9°)
Santo André: 61(18°)

2010

Goiás: 68 (19°)
Atlético-MG: 64 (13°)
Prudente: 64 (20°)
Avaí: 58 (15°)

2011
Avaí: 75 (20°)
América-MG: 69 (19°)
Ceará: 64 (18°)
Atlético-MG: 60 (15°)

2012
Figueirense: 72 (20°)
Atlético-GO: 67 (19°)
Coritiba: 60 (13°)
Sport: 56 (17°)

2013

Náutico: 79 (20°)
Criciúma: 63 (14°)
Vasco: 61 (18°)
Ponte Preta: 55 (19°)

2014
Palmeiras: 59 (16°)
Criciúma: 56 (20°)
Vitória: 54 (17°)
Botafogo: 48 (19°)

2015
Avaí: 60 (17°)
Vasco 54 (19°)
Flamengo: 53 (12°)
Palmeiras: 51 (9°)