Santa Cruz

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Eutrópio traça planejamento para categorias de base do Santa Cruz: "Que eu deixe um legado"

Treinador lembra de trabalho feito por seis anos com pratas da casa do Atlético-PR e não quer queimar etapas de promessas corais

postado em 20/12/2016 14:20 / atualizado em 20/12/2016 15:27

Amanda Oliveira/Esp. DP
Ganhar o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste, além de devolver o Santa Cruz à Série A. Esses são os objetivos concretos do técnico Vinícius Eutrópio no Tricolor em 2017. Mas o treinador tem ainda uma tarefa que ultrapassa a conquista de títulos. Acompanhar os trabalhos nas categorias de base do clube para aproveitar os pratas da casa no time profissional também foi um pedido da direção coral ao comandante. Eutrópio abraçou a missão, quer implantar uma metodologia com as promessas corais e deixar um "legado" no Arruda.

Com orçamento reduzido para uma temporada na Segunda Divisão, a diretoria do Santa Cruz justifica que um dos motivos para a escolha de Eutrópio foi a capacidade dele em lidar com categorias inferiores. Entre 2000 e 2006 (antes de virar treinador, o que só aconteceu em 2009), o comandante foi coordenador da base do Atlético-PR. Assumiu a função assim que deixou de jogar futebol e assegura que conseguiu realizar um bom trabalho com os jovens do Furacão.

“Os primeiros seis anos (após a aposentadoria) passei no Atlético-PR. Foi uma grande escola. Fui coordenador da base daquele time que tinha Dagoberto, Fernandinho, Jadson, Allan Bahia. Foram três anos na formação, colocando estilo de trabalho diferente como teatro, cinema e atividades desportivas diferentes. Aliado ao trabalho no Atlético-PR, me formei em Educação Física. Foram três anos na base e três como auxiliar de vários treinadores como Abel Braga, Renê Simões e Antônio Lopes”, lembrou Eutrópio.

No Santa Cruz, o treinador espera também colher bons frutos nas categoria de base. Pretende não só enxertar os pratas da casa no grupo profissional, mas lapidá-los para que não queimem etapas na carreira, algo que, segundo ele, ocorre frequentemente no país.  

“No Brasil se fala muito em interação. Coloca-se um garoto para treinar quando o elenco está muito cheio. Com um pouquinho de experiência que eu tenho em outros clubes, precisamos fazer interação maior com treinadores da base, um processo de subida dos garotos de uma forma mais gradativa e consciente para que clube não perca estes meninos. Lá fora, na Europa, em outros lugares, 23 anos de idade é um ‘miúdo’, como se diz em Portugal. No Brasil, isso já é velho. A gente queima muitas etapas. Quando um jogador sobe, fica dois, três meses no profissional”, pontuou.  

Ele espera que a sua metodologia, a partir do momento que deixar o Santa Cruz, siga funcionando no clube. “O que a gente pode fazer é isso: subir garotos, oportunizar, mas criar protocolos e procedimentos para isso. Para amanhã, quando eu sair, espero que eu demore bastante, que eu deixe um legado.”