Santa Cruz

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Ricardo Ernesto repassa ano no Santa Cruz, cita disputa com Anderson e diz: "Quero ficar"

Então titular, goleiro saiu do time principal após lesão ainda no início da temporada; em seu lugar, Anderson entrou, virou ídolo e não largou a posição

postado em 09/09/2019 08:30 / atualizado em 09/09/2019 08:49

<i>(Foto: Leandro de Santana/Esp.DP )</i>
Titular absoluto na temporada de 2018 do Santa Cruz, Ricardo Ernesto não teve a mesma oportunidade neste ano. Mesmo após a eliminação diante do Operário na Série C do ano passado, o goleiro fez boas atuações, e renovou contrato com a diretoria tricolor. E assim seguiu entre os principais do elenco até o jogo da primeira fase da Copa do Brasil, diante do Sinop-MT. 

Isso porque o goleiro de 32 anos foi diagnosticado com uma lesão na coxa e, depois de recuperado, não voltou mais à titularidade. Isso porque seu reserva imediato, Anderson, até então desconhecido pelos torcedores do Tricolor, assumiu o posto. Disputa que não fez Ricardo Ernesto esmorecer.  Em entrevista exclusiva ao Superesportes, o arqueiro repassou seu ano no Santa Cruz, citou disputa com Anderson e afirmou desejo de continuar na Cobra Coral para o ano que vem.   

Nesta temporada, Ricardo Ernesto fez nove jogos pelo Tricolor, sendo um pela Copa do Brasil, três pelo Campeonato Pernambucano e cinco pela Copa do Nordeste. Levou sete gols. Após a eliminação precoce na Série C deste ano, ainda na primeira fase da competição, o goleiro, juntamente com outros 10 atletas do elenco, na última semana, anunciaram distrato contratual no clube, ficando livres para envolvimento em outras negociações. 

Confira os pontos abordados na entrevista

Situação com o Santa Cruz/permanência

“Acabou meu contrato agora com o término da Série C e aí, na verdade, ele se encerra dia 30 desse mês, mas eu já fiz acordo de rescisão. Então essa é a situação do momento”. 

<i>(Foto: Léo Malafaia/Esp.DP )</i>
“Claro que da minha parte existe a vontade de permanecer, especialmente pelo clube estar se organizando, eu já ter criado uma identidade também, já estou há duas temporadas no Santa Cruz. Então, a vontade é de permanecer, é um clube onde eu estou adaptado e também consegui fazer bons jogos aqui. E agora, essa semana, eu pretendo conversar com a diretoria, se da parte deles têm interesse em renovação ou não.”

“Eu acho que nas próximas semanas a gente vai conversar, porque o clube está tratando das rescisões, deixando a casa em ordem e também, quero ressaltar isso. Esse ano a gestão do clube foi legal com atletas, com parte financeira, a gente teve um ano mais tranquilo, o que demonstra a evolução do clube e esse é um dos desejos da minha permanência, porque o clube está se organizando”. 

Avaliação da temporada 

“Eu acho que foi uma temporada boa enquanto eu estava jogando, antes de me machucar. Fiz bons jogos, a média de gols sofridos foi muito baixa e isso também, para mim como goleiro, eu levo muito em consideração. E infelizmente tive a lesão, mas, como eu sempre falo: uma equipe como o Santa Cruz não pode ter somente um goleiro ou um jogador por posição dar conta do recado. O Anderson entrou, foi bem e a gente ficou com um quadro de goleiros muito bom e que eu fiquei também por isso. Foi uma temporada bacana, que podia ser coroada com título ou acesso, que eu também tinha esse desejo”. 

Incomodado com a reserva

<i>(Foto: Léo Malafaia/Esp.DP )</i>
“Chateado todo jogador fica, a intenção é você estar jogando. Mas em momento algum eu fiquei chateado com o profissional, com o treinador, com o Anderson, entendeu? Eu fiquei chateado comigo mesmo por ter me machucado, claro, porque todo atleta quer jogar. Mas nada de algo fora disso”. 

Relação com Anderson 

“A gente se deu muito bem, o tratamento bacana. Ele por ser jovem, no início, tentei passar um pouco da minha experiência, um garoto com muita humildade. Até porque nem todos aceitam alguns conselhos. E ele desde o primeiro momento aceitou, evoluiu também e a demonstração final foi que, quando entrou - claro que a qualidade ele já tinha, mas entrou - e ficou bem. E eu fico feliz de a gente conseguir concluir um ano 100%, juntando com o Marco, que era o terceiro goleiro. A gente tinha sim um grupo muito bom de goleiro, tanto quanto tecnicamente, quanto o ambiente de trabalho”. 

“Desde a base ele vem se destacando, pegou a seleção de base no começo e o Anderson tem uma característica muito importante, que é ser frio, tranquilo. Acho que ele tem muito a crescer na carreira dele. Fico feliz por ele terminar a temporada empregado, já com contrato com um grande clube do Brasil. Então o meu desejo é que ele tenha sucesso como ele teve aqui no Santa Cruz lá no Athlético e que a gente possa ver ele brilhar muito ainda no futebol. 

A Série C do Santa Cruz 

“Eu acho que a gente foi mal justamente por não ter conseguido nem a classificação. Uma equipe da grandeza do Santa Cruz, a gente não pode se dar ao luxo de não se classificar e acabar tão precocemente uma competição que é a mais importante do ano para o clube. Eu acho que a grande questão da nossa má campanha da gente na Série C deste ano foi o início, porque é uma competição curta, uma competição em que você não pode ficar sem pontuar por muitos jogos e a gente acabou, nos primeiros jogos, pontuando muito pouco. E dentro de casa também veio alguns tropeços, então acho que esse foi um fator determinante . Aí no final você ter que jogar os últimos jogos todos como decisões para gente, o jogo contra o ABC, contra o Sampaio Corrêa, eram jogos que a gente não podia perder. Então, fica um clima um pouco mais tenso, e foi aí onde a gente não conseguiu repetir os jogos que a gente gostaria de ter feito”. 

Bastidores

<i>(Foto: Ricardo Fernandes/DP )</i>
No final, que muito se especulava de um clima ruim no vestiário, eu acho que foi mais por essa questão de vitórias, onde a gente em todos os jogos suportava uma pressão gigante por vitórias. Claro que a cobrança ficou ainda mais forte para que a gente pudesse ganhar, porque os erros a gente precisava minimizar e foram vários fatores. Não acho que foi clima de vestiário ou coisa assim o motivo da gente não ter conseguido a classificação. Como falei, a gente começou a Série C de uma forma que a gente não gostaria de ter começado e no final a gente não conseguiu se classificar.