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Ídolo no Santa Cruz, João Paulo explica história de comemoração em clássico contra o Sport

Jogador marcou gol já nos acréscimos, cortou o supercílio, e fez a torcida do Santa Cruz ir ao delírio com a comemoração na Ilha do Retiro em empate no Estadual

postado em 27/05/2020 08:40 / atualizado em 27/05/2020 08:36

(Foto: Paulo Paiva / DP Foto)
Já nos acréscimos, o relógio marcava 46 minutos. Jogando um clássico contra o Sport em 2015, o Santa Cruz estava muito perto de sair derrotado na partida, então favorável pelo placar de 1 a 0 aos rubro-negros. Até que, em um lance na lateral do campo, a bola respingou na área e João Paulo, de cabeça, estufou as redes de Magrão. O gol do empate. Mas o lance, em si, ganhou um significado bem maior depois. 

Porque o meia e ídolo da Cobra Coral, no lance do gol, acabou sofrendo um corte no rosto, mas não parou de comemorar. Foi para a torcida e, quando viu o sangue, passou a mão no local, bateu no peito e em cima do escudo na camisa do Santa Cruz. Hoje no Seattle Sounders, dos Estados Unidos, João Paulo explicou o lance inusitado, em uma live dividida com o atual capitão do Tricolor, - e seu compadre -  o  zagueiro Danny Morais.    

“A gente que joga sabe que quando chega no fim do jogo não consegue pensar muito. E nós estávamos perdendo o jogo, e vínhamos seguindo muito no instinto. Um pouco antes chuto uma bola que por pouco não dá em gol. Quando sai aquela lateral, Betinho desvia de cabeça, eu entrei por trás e quando bato na bola, sinto o impacto, mas vejo que ela acaba entrando. E já ouço a torcida lá atrás e penso logo em ir para eles. Notei o sangue e fiz aquilo, de bater no peito, no rosto e na camisa, não sei explicar o gesto, foi do instinto do momento”, declarou.  

Depois do empate no clássico contra o Sport, o Santa Cruz manteve-se invicto no Campeonato Pernambucano e conquistou o 28º título estadual no Arruda, diante do Salgueiro. Mas foi também diante do próprio Leão, um ano depois, já com a Cobra Coral disputando o Campeonato Brasileiro da Série A, que João Paulo também revelou ter vivido, na Ilha do Retiro, o exato oposto:  o momento mais ‘incômodo’ da carreira.

Do céu ao inferno

Naquele ano, o Tricolor, apesar de ter tido um início meteórico na elite do futebol brasileiro, quando esteve no G4 por x partidas, acabou não mantendo o bom desempenho e terminou rebaixado à Série B. O clássico contra o Sport, de acordo com o meia, representou a partida em que o Santa Cruz poderia ter se ‘salvado’. O que não ocorreu. 

“O jogo contra o Sport é o que mais me incomoda na minha carreira, porque começamos com 2 a 0 e depois levamos a virada. Ali eu achava que a gente ia se salvar. Mas não deu. Foi complicado, muito duro, mas nenhum momento faltou entrega do grupo, ninguém ficou de biquinho porque estávamos com problema financeiro. Foi bonita a nossa entrega, disposição, mas infelizmente acabamos voltando pra Série B.