Santa Cruz

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Torcida, elenco e problemas financeiros: os desafios de Marcelo Martelotte no Santa Cruz

Novo técnico coral será apresentado e precisa contornar problemas de bastidores

postado em 15/06/2015 08:30 / atualizado em 15/06/2015 13:52

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Teresa Maia/DP/D.A Press
O técnico Marcelo Martelotte não vai ter vida fácil no Santa Cruz. Com apresentação oficial agendada para a tarde desta segunda-feira, o novo treinador coral precisa desde já começar contornar problemas de bastidores. Atrasos de salários, a falta de dinheiro para contratar peças que lhe agradem e pendências deixadas pelo antecessor Ricardinho vão tirar a paz do comandante nos próximos dias. Com o time imerso na zona de rebaixamento e longe da zona de acesso, será cobrado por resultados imediatos e por uma futura chegada ao G4 - objetivo declarado da presidência. Nesse cenário, será ainda obrigado a driblar a desconfiança da torcida e acabar com a rejeição de parte dela - com quem mantém rusgas desde quando deixou o Arruda, há dois anos.

A reconquista da torcida
Após ter se sido campeão pernambucano, em 2013, Martelotte aceitou uma proposta do  Sport e deixou o Santa para receber três vezes mais no rival. Foi taxado de “mercenário”. Os ânimos com a torcida ficaram ainda mais inflamados seis meses depois. À época, o treinador recusou um acordo com o até então presidente Antônio Luiz Neto e resolveu acionar o clube na Justiça do Trabalho para receber salários em atraso. Maus resultados nesta Segundona podem inflamar ainda mais a relação com os torcedores.

Lidar com um elenco desconhecido
Praticamente do zero, Ricardinho montou todo o plantel do Santa Cruz. Trouxe 24 atletas para o clube - sete deles só para a disputa da Série B do Brasileiro. A maioria do grupo não trabalhou com Marcelo Martelotte. Requer tempo para o técnico conhecer melhor cada um e vai precisar da ajuda do auxiliar da casa, Adriano Teixeira, para montar as próximas escalações.

Administrar os atrasos salariais com o grupo

Ricadinho não conseguiu ser um bom intermediador entre diretoria e atletas para administrar os constantes atrasos de salários ao elenco. Por vezes, abraçava demais a causa dos seus comandados e acabava inflamando a relação deles com a cúpula tricolor. Tendo já vivido na pele à escassa realidade do Santa Cruz, Martelotte pode ser fundamental para gerir a crise. A direção deve aos jogadores toda a folha de abril e maio vence hoje.

Pouco dinheiro para contratar
A vinda dos últimos reforços (Daniel Costa, Lusinho e Lelê) deixou o orçamento dos corais ainda mais apertado. Sem o Todos com a Nota (TCN) e sem um patrocinador master, o clube não promete um enxerto na folha para já. Vai esperar ainda uma definição sobre o futuro programa governamental (ou a criação do Todos com o Santa Cruz como subterfúgio) e o anúncio de um grande parceiro, com previsão para o próximo mês, para poder aumentar a folha e voltar a se reforçar. Mas não devem vir jogadores muito caros.